segunda-feira, 6 de abril de 2009

A República Velha (1889-1930)

Política do Encilhamento



Revolta da Vacina


Guerra de Canudos



Coronelismo










  • A República da Espada

Os dois primeiros presidentes do Brasil eram militares: o marechal Deodoro da Fonseca e o marechal Floriano Peixoto. Por isso, esse período foi chamado de República da Espada.
O fato de o Brasil ter se tornado uma república não fazia com que houvesse consenso político no país. Ou seja, as forças políticas ainda não tinham chegado a um acordo sobre a natureza do novo regime.
Em vez do debate, da troca de idéias e do consenso democrático, as questões nacionais foram decididas autoritariamente. As opiniões vencedoras foram as que tiveram maior força para impor sua vontade. As tropas foram mobilizadas, muitas pessoas foram presas, jornais fechados, políticos ameaçados, pessoas assassinadas. E assim viu-se que o poder estaria nas mãos dos grandes cafeicultores.



  • O curto período de Deodoro da Fonseca

Marechal Deodoro, comandante do Exército, proclamou a República e se tornou chefe do Governo Provisório. O começo do governo tinha aparência democrática: A igreja tinha sido separada do Estado (deixou de existir uma religião oficial) e foram convocadas eleições para a Assembléia Constituinte. Os membros eleitos da Assembléia Constituinte tinham a tarefa de elaborar a nova constituição.
O governo do primeiro presidente foi marcado pela crise. Para começar, a crise econômica. O ministro Rui Barbosa elaborou um plano econômico para estimular o crescimento da indústria, o Encilhamento. Mas o plano fracassou, aumentando demais a inflação.
Quando a imprensa o criticou, Deodoro mandou fechar jornais e prender opositores. O Congresso, temendo que Deodoro implantasse uma ditadura militar, votou em uma lei que limitava os poderes do presidente da República. Deodoro não aceitou a lei e ordenou que fechasse o Congresso. Diante disso, a marinha se rebelou e ameaçou bombardear a cidade do Rio do Janeiro. Muitos generais também estavam contra Deodoro. O poderoso PRP (Partido Republicano Paulista) protestou.
O país estava à beira de uma guerra civil. Deodoro decidiu,então, renunciar a presidência.


-
A Constituição
A nova constituição estabelecia que o presidente seria eleito com o voto direto do povo. Menos o primeiro, que foi indicado pelo Congresso Nacional, ou seja, pelos deputados e senadores eleitos pela população. E o escolhido foi o próprio Deodoro.

-Encilhamento
O encilhamento foi um plano de Rui Barbosa, na tentativa de estimular a industrialização do Brasil, ele adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos pelas emissões monetárias (papel-moeda). A especulação financeira desencadeou a inflação e os boicotes através de empresas-fantasma e ações sem lastro. Os problemas trazidos pelo encilhamento foram parcialmente resolvidos no governo Campos Sales. Esta crise causou o aumento da inflação, crise na economia e aumento da dívida externa com os banqueiros ingleses.

  • O período de Floriano Peixoto

O marechal Floriano Peixoto também era do exército. Tinha sido eleito vice-presidente e agora assumia o lugar de Deodoro.
A saída de Deodoro não tinha diminuído a tensão política. Muitos grupos rejeitavam Floriano: alguns generais e governadores de Deodoro e a marinha que ainda ameaçava bombardear o Rio de Janeiro.
Floriano agiu como um ditador. Mandou prender quem o criticava, fosse jornalista, general, governador, deputado, ou almirante. Em Santa Catarina, por exemplo, ordenou o fuzilamento de inúmeras pessoas.
Ele apresentou uma personalidade política contraditória. Adotou medidas a favor dos pobres no Rio de Janeiro, como o tabelamento do preço dos aluguéis e da carne. Mas também foi um presidente autoritário que seguiu implacavelmente seus opositores.
O apelido “marechal de ferro” foi conquistado na luta pela imposição de sua autoridade. Floriano Peixoto não recuou diante das ameaças da marinha de bombardear a capital do país: fez um acordo com os EUA, que queriam aumentar sua influencia econômica no Brasil, e comprou dele uma nova frota de guerra para perseguir os almirante da Revolta Armada. A frota fez o seu trabalho e os revoltosos foram derrotados.


  • A Revolução Federalista gaúcha

No Rio Grande do Sul, no tempo de Floriano Peixoto, a situação era de guerra civil. Para começar, os partidários do governador e do latifundiário Júlio de Castilhos exigiam que ele tivesse amplos poderes. Por isso, também defendiam a autonomia para cada estado do Brasil. Tinham o apoio de fazendeiros e vários comerciantes de Porto Alegre.
Na oposição, estavam os federalistas, também chamados de maragatos. Seu líder era o fazendeiro Gaspar Silveira Martins. Queriam que o poder Executivo fosse limitado e que os deputados estaduais gaúchos tivessem mais poderes que o governador. Apesar do nome federalistas aceitavam a centralização do poder.
A revolução Federalista gaúcha estouro em 1893. As tropas maragatas marcharam sobre Curitiba e Desterro (antigo nome de Florianópolis), onde tentaram se unir aos almirantes rebeldes que vinham do Rio (da revolta armada). Foi uma luta violenta. Prisioneiros torturadas e muita gente degolada.
Floriano Peixoto apoiava Júlio de Castilhos. Assim Júlio contou com as forças do exército de Floriano, que ordenou uma massacre em Desterro.
Como era previsto as tropas castilhistas derrotaram o exército maragato. Mais de dez mil pessoas tinham morrido.


  • O fim do governo de Floriano

No final do seu governo, Floriano Peixoto, tinha consciência de que não poderia se manter no governo sem o apoio dos homens mais ricos e poderosos do país, os grande fazendeiros. Terminou seu mandato em 1894.
O novo presidente da República, Prudente de Morais, era um cafeicultor paulista, ou seja, um civil.

  • A República Oligárquica

Na República Velha valeu a constituição de 1891, que estabelecia o voto direto para presidente. Mas o foto do povo votar não significava que governo fosse popular. Na verdade, as eleições da República Velha eram famosas pelas fraudes e pela manipulação de votos, sempre a favor das oligarquias estaduais. No final das contas quem tinham mesmo o poder eram as oligarquias.
As oligarquias eram governos de grupos de latifundiários privilegiados, pois tinham ligações com o Estado e recebiam dele apoio.
Todos os estados do Brasil tinham suas oligarquias dominantes. Em alguns estados maiores, a oligarquia dominante era formada por várias famílias de latifundiários. Era o caso, por exemplo, do Rio Grande do Sul, de São Paulo, do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesses estados, os partidos políticos existiam exatamente para eles se entenderem. Temos como exemplo o PRP (Partido Republicano Paulista).
O federalismo interessava muito as oligarquias, porque com a autonomia dos estados, poderiam fazer o que quisessem com eles sem serem incomodados pelo poder central do país.

  • A Política do Café com Leite

As duas oligarquias mais importantes eram a paulista e a mineira. O presidente da República era eleito, mas o resultado geralmente era combinado entras as duas oligarquias. Tratava-se da Política do Café com Leite.
Naquela época, não existia partidos nacionais no Brasil, isto é, presentes em todo o estado. O PRP (Partido Republicano Paulista) e o PRM (Partido Republicano Mineiro) existiam apenas para defender os interesses específicos da oligarquias mais destacadas. Antes das eleições reuniam-se as cúpulas do PRP e do PRM, que chegavam a um acordo e lançavam um candidato à presidência, que sempre era eleito.
São Paulo era o estado mais rico do país por café. Minas Gerais, com tradição pecuarista, era grande produtor de leite. Daí o nome “Café com Leite” para indicar esse domínio paulista/mineiro nas eleições presidenciais.


  • A Política dos Governadores


Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.
O governo federal tinha a prerrogativa de conceder o diploma de deputado federal. Mesmo que o candidato fosse vitorioso nas eleições, sem este documento ele não poderia tomar posse e exercer a atividade política. O controle sobre o processo de escolha dos representantes políticos a partir da fraude eleitoral impedia que os grupos de oposição chegassem ao poder.


  • Coronelismo

A consolidação do modelo republicano federalista e a ascendência das oligarquias agrárias ao poder fez surgir um dos mais característicos fenômenos sociais e políticos do período: o coronelismo. O fenômeno do coronelismo expressou as particularidades do desenvolvimento social e político do Brasil. Ele foi resultado da coexistência das formas modernas de representação política (o sufrágio universal) e de uma estrutura fundiária arcaica baseada na grande propriedade rural.

O direito de voto estava assegurado pela Constituição, mas o fato da grande maioria dos eleitores habitarem o interior (a população sertaneja e camponesa) e serem muito pouco politizados levou os proprietários agrários a controlar o voto e o processo eleitoral em função de seus interesses.

O "coronel" (geralmente um proprietário de terra) foi a figura chave no processo de controle do voto da população rural. Temido e respeitado, a influência e o poder político do coronel aumentavam à medida que ele conseguisse assegurar o voto dos eleitores para os seus candidatos. Por meio do emprego da violência e também da barganha (troca de favores), os coronéis forçavam os eleitores a votarem nos candidatos que convinha aos seus interesses.

  • Voto de cabresto

O controle do voto da população rural pelos coronéis ficou conhecido popularmente como "voto de cabresto". Por meio do voto de cabresto eram eleitos os chefes políticos locais (municipais), regionais (estaduais) e federal (o governo central). A fraude, a corrupção, e o favorecimento permeavam todo o processo eleitoral de modo a deturpar a representação política.

No âmbito municipal os coronéis locais dependiam do governador para obtenção de auxílio financeiro para obras públicas e benfeitorias gerais, daí a necessidade de apoiar e obter votos para os candidatos de determinada facção das oligarquias estaduais.

As oligarquias estaduais também dependiam de votos para conquistarem ou assegurarem seu domínio político, daí a necessidade de barganharem com os coronéis locais. Semelhante condição de dependência política se manifestava nas relações do governo federal com os governos estaduais.

As rivalidades, lutas e conflitos armados entre coronéis de pouca ou grande influência e pertencentes a diferentes oligarquias agrárias eram comuns, fazendo da violência um componente constitutivo e permanente do sistema de dominação política da República Velha.



  • O Acordo de Taubaté

A economia cafeeira não andava bem. Enquanto a produção do café crescia em ritmo acelerado, o mercado consumidor europeu e norte-americano não se expandia no mesmo ritmo. Conseqüentemente, sendo a oferta maior que a procura, o preço do café começou a despencar no mercado internacional, trazendo sérios riscos para os fazendeiros.
Para solucionar o problema, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro reuniam-se na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo. Decidiu-se então que, a fim de evitar a queda de preço, os governos estaduais interessados deveriam contrair empréstimos no exterior para adquirir parte da produção que excedesse o consumo do mercado internacional. Dessa maneira, as dívidas com os banqueiros ingleses só foram aumentando assim como os impostos.

  • O ciclo da borracha

O Brasil passou a exportar toneladas de borracha, principalmente para as fábricas de automóveis norte-americanas. As principais regiões produtoras de borracha eram os estados do Pará e Amazonas, utilizando a extração do látex das seringueiras, que havia em abundância na região da floresta amazônica. Esta rápida expansão da produção de borracha atraiu grande quantidade de trabalhadores para a região, principalmente, nordestinos que fugiam da seca nordestina e estavam em busca de emprego e melhores condições de vida.
Na década de 1910, empresários holandeses e ingleses entraram no lucrativo mercado mundial de borracha. Passaram a produzir, em larga escala e custos baixos, o produto da Ásia (Ceilão, Indonésia e Malásia). A concorrência fez com que, no começo da década de 1920, a exportação da borracha brasileira caísse significativamente. Era o fim do ciclo da borracha no Brasil. Muitas cidades se esvaziaram, entrando em plena decadência.

  • Situação social

Os governantes preocupavam-se em ajudar os fazendeiros, em estimular o desenvolvimento da agricultura. Os principais beneficiados eram os cafeicultores. A população mais pobre não recebia nenhuma atenção, prova disso foram as leis não existentes que promovia a proteção dos trabalhadores.
Além disso, para os camponeses, existia a meia, onde eles tinham de entregar metade da produção para o fazendeiro. Havia também o cambão, que era a obrigação do caboclo de trabalhar certos dias da semana de graça para o dono da terra.



Rebeliões



- CANUDOS

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego. O beato Antônio Conselheiro era quem liderava este movimento.
Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.
Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome.

O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

- Revolta no Contestado

A Guerra do Contestado foi um conflito armado que ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa territorial entre os estados do Paraná e Santa Catarina.


A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava sendo construída por uma empresa norte-americana, com apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força política) da região e do governo. Para a construção da estrada de ferro, milhares de família de camponeses perderam suas terras. Este fato, gerou muito desemprego entre os camponeses da região, que ficaram sem terras para trabalhar.

Outro motivo da revolta foi à compra de uma grande área da região por de um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade foi adquirida para o estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de suas terras.

O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo.

Nesta época, as regiões mais pobres do Brasil eram terreno fértil para o aparecimento de lideranças religiosas de caráter messiânico. Na área do Contestado não foi diferente, pois, diante da crise e insatisfação popular, ganhou força a figura do beato José Maria. Este pregava a criação de um mundo novo, regido pelas leis de Deus, onde todos viveriam em paz, com prosperidade justiça e terras para trabalhar. José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses sem terras.

Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região. Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.

Os soldados e policiais começaram a perseguir o beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes, na maioria camponeses, morreram. As baixas do lado das tropas oficiais foram bem menores.

A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.


  • Cangaceiros

Entre o final do século XIX e começo do XX surgiram, no nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade à maioria da população.
Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros. Estes, que andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.

Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.

Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais. Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930. Morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região. Depois do fim do bando de Lampião, os outros grupos de cangaceiros, já enfraquecidos, foram se desarticulando até terminarem de vez ,no final da década de 1930.

  • Revolta da Vacina

O início do período republicado da História do Brasil foi marcado por vários conflitos e revoltas populares. O Rio de Janeiro não escapou desta situação. No ano de 1904, estourou um movimento de caráter popular na cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou a revolta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.
A situação do Rio de Janeiro, no início do século XX, era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico. Este fato desencadeava constantes epidemias, entre elas, febre amarela, peste bubônica e varíola. A população de baixa renda, que morava em habitações precárias, era a principal vítima deste contexto.
Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade.

-Campanha de Vacinação Obrigatória

A campanha de vacinação obrigatória foi colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela tinha sido aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não conhecia o que era uma vacina e tinham medo de seus efeitos.
A revolta popular aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida) e a reforma urbana que retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples.
As manifestações populares e conflitos espalham-se pelas ruas da capital brasileira. Populares destroem bondes, apedrejam prédios públicos e espalham a desordem pela cidade. O presidente Rodrigues Alves revogou a lei da vacinação obrigatória, colocando nas ruas o exército, a marinha e a polícia para acabar com os tumultos.
Em poucos dias a cidade voltava a calma e a ordem.


  • Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros. O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil). Diante da grave situação, o presidente resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregado as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos e muitos outros foram fuzilados.

O João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

  • Coluna de Prestes

A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida somente por Coluna Prestes, foi um movimento político-militar brasileiro existente entre 1925 e 1927 e ligado ao tenentismo, corrente que possuía um programa bastante difuso, mas algumas linhas gerais podem ser delineadas: insatisfação com a República Velha, exigência do voto secreto, defesa do ensino público.
O movimento contou com lideranças das mais diversas correntes políticas, mas a maior parte do movimento era composta por capitães e tenentes da classe média, donde se originou o ideal de "Soldado Cidadão".
O movimento deslocou-se pelo interior do país pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do então presidente Artur Bernardes e, posteriormente, de Washington Luís.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, com o comando principal de Miguel Costa e de Luís Carlos Prestes (chefe de estado-maior) enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais de vários Estados, além de tropas de jagunços, estimulados por promessas oficiais de anistia.
A Coluna Miguel Costa-Prestes poucas vezes enfrentou grandes efetivos do governo. Em geral, eram utilizadas táticas de despistamento para confundir as tropas legalistas.
Com o sucesso da marcha, a Coluna Miguel Costa-Prestes ajuda a abalar ainda mais o prestígio da República Velha e a preparar a Revolução de 1930. Projeta também a figura de Luís Carlos Prestes , que posteriormente entra no Partido Comunista Brasileiro (PCB), tornando-se um mito. Prestes foi chamado por esta marcha de cavaleiro da esperança.

  • Santos e Coronéis

No Ceará, atuou o famoso “Padim” padre Cícero. Foi um personagem histórico contraditório. Padre Cícero era, por um lado, uma pessoa que se preocupava com os pobres. Construía orfanatos, pequenas enfermarias e escolas. Mas para fazer isso tinha de pedir dinheiro as coronéis e ao governo estadual, que pediam em troca que Padre Cícero orientasse os fieis nas eleições.

  • Tenentismo

O tenentismo foi um movimento que ganhou força entre militares de média e baixa patente durante os últimos anos da República Velha. No momento em que surgiu o levante dos militares, a inconformidade das classes médias urbanas contra os desmandos e o conservadorismo presentes na cultura política do país se expressava. Ao mesmo tempo, o tenentismo era mais uma clara evidência do processo de diluição da hegemonia dos grupos políticos vinculados ao meio rural brasileiro.

Influenciados pelos anseios políticos das populações urbanas, os militares envolvidos nesse movimento se mostraram favoráveis às tendências políticas republicanas liberais. Entre outros pontos, reivindicavam uma reforma constitucional capaz de trazer critérios mais justos ao cenário político nacional. Exigiam que o processo eleitoral fosse feito com o uso do voto secreto e criticavam os vários episódios de fraude e corrupção que marcavam as eleições.

Além disso, eram favoráveis à liberdade dos meios de comunicação, exigiam que o poder Executivo tivesse suas atribuições restringidas, maior autonomia às autoridades judiciais e a moralização dos representantes que compunham as cadeiras do Poder Legislativo. Entretanto, todo esse discurso liberal e moralizador também convivia com a opinião de alguns oficiais que defendiam a presença de um poder forte, centralizado e comprometido com mal definidas “necessidades da nação brasileira”.

As primeiras manifestações militares que ganharam corpo durante a República Oligárquica aconteceram nas eleições de 1922. Aproveitando a dissidência de algumas oligarquias estaduais, os tenentes apoiaram a candidatura de Nilo Peçanha em oposição ao mineiro Arthur Bernardes, politicamente comprometido com as demandas dos grandes cafeicultores. Nesse momento, a falta de unidade política dos militares acabou enfraquecendo essa primeira manifestação conhecida como “Reação Republicana”.

Durante essas eleições a tensão entre os militares e o governo aumentou quando diversas críticas contras os militares, falsamente atribuídas a Arthur Bernardes, foram veiculadas nos jornais da época. Com a vitória eleitoral das oligarquias, a primeira manifestação tenentista veio à tona com uma série de levantes militares que ficaram marcados pelo episódio dos “18 do Forte de Copacabana”, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1922.

  • Os comunistas do Brasil

A revolução socialista na Rússia entusiasmou pessoas em todo o mundo. No Brasil não foi diferente. Alguns poucos operários e intelectuais começaram a se interessar pela teoria de Marx e Engels e pelas idéias de Lênin.
Os marxistas diziam que os anarquistas eram até bem intencionados na luta contra o capital, mas que na prática faziam o que a burguesia desejava: afastar os trabalhadores da luta política. E a principal arma de luta da classe trabalhadora seria o partido político. Mas um partido diferente, que se dedicasse a educar politicamente os trabalhadores suas lutas. Foi nesse estado de espírito que foi criado o Partido Comunista do Brasil.
O PCB procurava seguir a doutrina marxista-lenista, ou seja, o socialismo científico de Marx misturado com as idéias de Lênin e dos bolcheviques.
No começo o número de marxista-lenista era bem pequeno. Os anarquistas eram mais influentes no movimento operário. Mesmo assim, o presidente da República proibiu a existência do PCB. Os comunistas tinham de atuar clandestinamente. Se um comunista fosse descoberto era preso.

Filmes

TÍTULO DO FILME: A GUERRA DE CANUDOS
Sinopse
Em 1893, Antônio Conselheiro (um monarquista assumido) e seus seguidores começam a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família, que tem opiniões conflitantes sobre Conselheiro.

TÍTULO DO FILME: BAILE PERFUMADO (Brasil, 1996)

DIREÇÃO: Paulo Caldas e Lírio Ferreira

Sinopse
Homem de confiança de Padre Cícero, o fotógrafo árabe Benjamin Abrahão, parte de Juazeiro, no Ceará, nos anos 30, para levantar recursos e filmar Lampião e seu bando. Graças à sua habilidade para estabelecer contatos, Benjamim localiza o cangaceiro e registra o cotidiano do grupo.O filme, no entanto, é proibido pela ditadura do governo de Getúlio Vargas, durante o Estado Novo.

TÍTULO DO FILME: SOLDADO DE DEUS
DIREÇÃO: Sérgio Sanz

Sinopse
Relato sobre o integralismo no Brasil e seu principal mentor, Plínio Salgado. Traz o testemunho daqueles que ajudaram a estabelecer, exerceram e, ocasionalmente, deixaram de defender seus princípios e práticas; aqueles que sempre o condenaram, julgaram e criticaram; e, ainda, daqueles que estudam os tempos em que o nacionalismo de direita mobilizou em torno em torno de um milhão de pessoas e teve 500 mil filiados, construindo o primeiro partido de massas do Brasil.

TÍTULO DO FILME: SONHOS TROPICAIS
DIREÇÃO: ANDRÉ STURM

Sinopse
Em 1889 chega ao Rio de Janeiro no mesmo navio o sanitarista Oswaldo Cruz (Bruno Giordano), que retorna ao país após anos de estudo na Europa, e a jovem Esther (Carolina Kasting), polonesa que veio ao Brasil na promessa de se casar e constituir família. Cruz logo consegue emprego como médico de uma fábrica de tecidos. Cruz começa sua ascensão na medicina local, assumindo o comando do Instituto Soropédico de Manguinhos, onde pesquisa a cura de doenças como a peste e a febre amarela. Com o país em colapso financeiro, devido às recusas de diversos navios em aportar no Rio de Janeiro para levar as exportações brasileiras, devido ao alto risco de contágio nas diversas epidemias existentes na cidade, o Presidente Rodrigues Alves (Cecil Thiré) decide, em 1903, implantar um programa de saneamento e urbanização no Rio, capital do país na época. Para tanto conta com o apoio do Prefeito Pereira Passos (Nelson Dantas), que fica responsável pela área urbanística da cidade, e de Oswaldo Cruz, encarregado de combater as epidemias existentes. Decidido a combater as doenças, Cruz não abre mão de utilizar medidas drásticas, que muitas vezes acabam sendo ridicularizadas pela população e até mesmo por integrantes do próprio governo. Entretanto, com o tempo as medidas de Cruz se mostram eficazes. Até que, na tentativa de extinguir a rubéola, Cruz propõe que todos os maiores de seis meses sejam obrigados a se vacinarem. Temerosos com a vacina, a população se revolta contra tal medida e, auxiliada pela formação de uma aliança entre os opositores ao governo, desencadeia a Revolta da Vacina.

TÍTULO DO FILME: A GUERRA DOS PELADOS
DIREÇÃO: SYLVIO BACK

Sinopse
Outono de 1913, interior de Santa Catarina, Campanha do Contestado. A concessão de terras a uma companhia da estrada de ferro estrangeira para explorar suas riquezas através de uma serraria subsidiária, e a ameaça de redutos messiânicos de posseiros expropriados geram um sangrento conflito na região. Por exigência dos "coronéis", forças militares regionais e o Exército nacional intervêm. Mas, os "pelados" (assim chamados por rasparem a cabeça) se revoltam, protagonizando uma resistência à semelhança de Canudos.

TÍTULO DO FILME: LAMPIÃO E MARIA BONITA (1982)
DIREÇÃO: PAULO AFONSO GRISOLLI

Sinopse
Lampião e Maria Bonita seqüestraram um geólogo inglês e pediram um resgate por sua vida. Enquanto o governo e a Embaixada da Inglaterra estudam o problema, a patrulha do tenente Rufino se aproxima do esconderijo dos cangaceiros. Em meio a muita ação, lutas e traições de parte a parte,anuncia-se a batalha final entre o bando de Lampião e os "macacos" do governo, com ordens de aniquilá-lo.


  • Músicas

- Sobre Antônio Conselheiro e Canudos


Edu Lobo - Antônio Conselheiro

Iambupe, Bom Conselho

Jacobina, Xorroxó

Monte Santo, Mundo Novo

Lagoinha, Quixadá

Entre Rios, Belos Montes

Quem é esse que vagueia?

Conselheiro que tonteia

E apeia sem chegar

Que horizonte mais errante

Que crendice mais descrente

Que descrença mais distante

Que distância mais presente

Que distância mais presente

Desgoverno governante

Quanta gente confiante

Em Antônio penitente

Quando o céu virasse a

Como um rio sem nascente

Quando a espada entrar na pedra

Quando o mar virar afluente

Que paixão insatisfeita

Que vingança mais demente

Virgem Santa decaída

Satanás onipotente

  • Fagner- Antônio Conselheiro


Eu estava na ponta da rua

Eu vi a rua se fechar

Eu vi a fumaça da pólvora

Eu vi a corneta bradar

Eu vi Antônio Conselheiro

Lá no alto do tambor

Com cento e oitenta praça

É amor, é amor, é amor.

Eu vi Antônio Conselheiro

  • Seu Zé – Antônio Conselheiro

Lá no alto da Bahia

Com cento e oitenta praça

A favor da monarquia

Eu vi Antônio Conselheiro

Lá no alto da favela

Com cento e oitenta praça

E mais de mil parabella


Eu tava na ponta da rua

Eu vi a rua se fechar

Eu vi a fumaça da pólvora

Eu vi a corneta bradar

Do interior do Ceará saiu de Quixeramobim

Pois conviver com os Araújo

Isso pra ele era ruim

Não conhecia muita gente, já não podia ganhar beijo

Construir vinte e cinco igrejas

Esse era o seu desejo

O que Antônio Maciel não podia imaginar

É que o povo sertanejo estava a lhe idolatrar


Vai, vai, vai Antônio Conselheiro

Alguns diziam que era padre ou que ele tinha rabo

Outros diziam que era santo

E até diziam que era o diabo
Mas com orgulho ele exibia o azul da nossa mãe senhora

E quem quisesse o evangelhoPra Canudos fosse agora

Foi perseguido pela igreja e pelos donos de terra

E o anticristo da República anunciou a guerra

Vai, vai, vai Antônio Conselheiro

Leva a fé pelo sertão

Pois canudos respeitou

Arrastando multidão

  • Patativa do Assaré - Atônio Conselheiro


Cada um na vida tem seu direito de julgar.

Como tenho o meu também, com razão quero falar

Nestes meus verso singelos , mas de sentimentos belos

Sobre um grande brasileiro, cearense, meu conterrâneo.

Líder sensato, espontâneo, nosso Antônio Conselheiro

Este cearense nasceu lá em Quixeramobim.

Sei eu sei como ele viveu , sei como foi o seu fim.

Quando em Canudos chegou, com amor organizou

Um ambiente comum, sem enredos nem engodos,

Ali era um por todos e eram todos por um


Não pode ser justiceiro e nem verdadeiro é

O que diz seu conselheiro , enganava a boa fé

O conselheiro queria acabar com a anarquia

Do grande contra o pequeno.

Pregava no seu sermão

Aquela mesma missão que pregava o nazareno.

Com a sua simpatia, honestidade e brio

Ele criou na Bahia um ambiente sadio

Onde vivia tranqüilo, ensinando tudo aquilo

Que a moral cristã encerra.

Defendendo os desgraçado

Do julgo dos potentados, dominadores da terra.

Seguindo um caminho novo, mostrando a luz da verdade,

Incutia entre o seu povo, amor e fraternidade

Em favor do bem comum, ajudava a cada um

Foi trabalhador e ordeiro, derramando o seu suor.

Foi ele o líder maior do nordeste brasileiro.

Sem haver contrariedade, explicava muito bem

Aquelas mesmas verdades que o santo Evangelho tem.

Calado em sua missão contra a feia exploração

E assim, evangelizando, com um progresso estupendo

Canudos ia crescendo e a notícia se espalhando.

O pobrezinho agregado e o explorado parceiro,

Cada qual ia apressado recorrer ao Conselheiro

E o líder recebia muita gente todo dia.

Assim,Fazendo os seus planos, na luta não fracassava

Porque sabia que estava com os direitos humanos.

Antônio ConselheiroPatativa do Assaré,do LP "A Terra é Naturá"

Cada um na vida tem seu direito de julgar.

Como tenho o meu também, com razão quero falar

Nestes meus verso singelos , mas de sentimentos belos

Sobre um grande brasileiro, cearense, meu conterrâneo.

Líder sensato, espontâneo, nosso Antônio Conselheiro

Este cearense nasceu lá em Quixeramobim.

Sei eu sei como ele viveu , sei como foi o seu fim.

Quando em Canudos chegou, com amor organizou

Um ambiente comum, sem enredos nem engodos,

Ali era um por todos e eram todos por um

Não pode ser justiceiro e nem verdadeiro é

O que diz seu conselheiro , enganava a boa fé

O conselheiro queria acabar com a anarquia

Do grande contra o pequeno.

Pregava no seu sermão

Aquela mesma missão que pregava o nazareno.

Com a sua simpatia, honestidade e brio

Ele criou na Bahia um ambiente sadio

Onde vivia tranqüilo, ensinando tudo aquilo

Que a moral cristã encerra.

Defendendo os desgraçado

Do julgo dos potentados, dominadores da terra.

Seguindo um caminho novo, mostrando a luz da verdade,

Incutia entre o seu povo, amor e fraternidade

Em favor do bem comum, ajudava a cada um

Foi trabalhador e ordeiro, derramando o seu suor.

Foi ele o líder maior do nordeste brasileiro.

Sem haver contrariedade, explicava muito bem

Aquelas mesmas verdades que o santo Evangelho tem.

Calado em sua missão contra a feia exploração

E assim, evangelizando, com um progresso estupendo

Canudos ia crescendo e a notícia se espalhando.

O pobrezinho agregado e o explorado parceiro

Cada qual ia apressado recorrer ao Conselheiro

E o líder recebia muita gente todo dia.

Assim,Fazendo os seus planos, na luta não fracassava

Porque sabia que estava com os direitos humanos.

Mediante a sua instrução, naquela sociedade

Reinava paz e união dentro do grau de igualdade

Com a palavra de Deus ele conduzia os seus

Era um movimento humano de feição socialista,

Pois não era monarquista, nem era republicano

Desta forma, na Bahia, crescia a comunidade

E ao mesmo tempo crescia uma bonita cidade

Já Antônio Conselheiro sonhava com o luzeiro

Da aurora da nova vida.

Era qual outro Moisés,

Conduzindo os seus fiéis para a terra prometida

E assim, bem acompanhado, os planos a resolver

Foi mais tarde censurado pelos donos do poder

O taxaram de fanático, e um caso triste e dramático

Se deu naquele local.

O poder se revoltou

E Canudos terminou numa guerra social.

Da catástrofe sem pá o Brasil já ta ciente

Não é preciso contar pormenorizadamente tudo quanto aconteceu.

O que Canudos sofreu nós guardados na memória

Aquela grande chacina, a grande carnificina

Que entristece a nossa história

E andar pela Bahia, chegando ao dito local

Onde aconteceu um dia o drama triste e fatal,

Parece ouvir os gemidos entre os roncos e estampidos.

E em benefício dos seus , no momento derradeiro

O nosso herói brasileiro pedindo justiça a Deus.

- Revolta no Contestado


Grupo os Guris – Guerra do Contestado

Há muitos anos firmados, uma divisão de terras

Na capital rio de janeiro, depois de uma grande guerra

Tinham rebeldes e jagunços, contra as tropas militares

Nega jacinta e joão maria, personagens exemplares

Americanos se estalaram, no nosso planalto norte

Acabaram com a madeira, foram-se e deixaram a morte

Extraindo a erva-mate, explorando a exportação

Pelo processo barbaquá, riqueza da nossa região

Também tivemos imbuia, dez metros de circunferência

Derrubado em alguns minutos, com mil anos de existência

Depois que a estrada de ferro, atravessou nosso estado

Oito mil trabalhadores, ficaram desempregados

Taquarucú caraguatá, são pedro santa maria

Vilarejo onde os rebeldes, fizeram seu dia-a-dia

Um movimento sertanejo, assim ele foi chamado

Esta é uma versão, da guerra do contestado

Taquarucú caraguatá, são pedro santa maria

Vilarejo onde os rebeldes, fizeram seu dia-a-dia

Um movimento sertanejo, assim ele foi chamado

Esta é uma versão, da guerra do contestado

- Cangaceiros


Tadeu Martins- Lampião, O rei do Cangaço


Em Pernambuco, no nordeste brasileiro,

Um homem revoltou com a sorte.

Em terras de fazendeiros, que eram os donos do dinheiro,

Determinava vida e morte.

Pra combater a coluna Prestes do governo recebeu, armamento em suas mãos.

Padre Cícero lhe deu, patente de capitão.

Com ajuda dos coiteros, as batalhas eram vencidas.

Virgulino saqueava a região onde passava.

Brotou um amor guerreiro, no coração do cangaceiro.

Maria se fez bonita.

Puxa o fole sanfoneiro, bate zabumba no terreiro,

Pro bando entrar na dança.

É noite de festa, alegria no cangaço, sem esquecer João Bezerra,

Dia após dia em seu encalço.

Na Gruta de Angico, a volante chegou.

Com a traição de Pedro Cândido o cangaço exterminou

Na Gruta de Angico, a volante chegou.

Com a traição de Pedro Cândido o cangaço exterminou.

E hoje!A minha escola canta, o mito que encanta, Toda uma nação.

É lampião, ( é lan) é lampião.

Cabra da peste, bandoleiro do sertão. (é lampião)

É lampião, (é lan) é lampião, Cabra da peste, bandoleiro do sertão.

Em Pernambuco...


-Soufly – Cangaceiro



Quando sinto o cheiro da caatinga

sertão dá

Me dá vontade de matar

Sou Lampião

Sou bandido

Eu sei que algum dia

Minha cabeça vão degolar

Cangaceiro

Sou rei do cangaço

Não se aquieta comigo

Que eu te arregaço

A morte comanda o cangaço

E o meu nome além do espaço

Virgulino Ferreira

Sertão de Canudos

Aqui eu nasci

Virgulino Ferreira

Sertão de Canudos

Aqui eu morri

Cangaceiro

Cangaceiro

Lampião!

  • BIBLIOGARFIA


SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica. São Paulo: Nova Geração, 2002.
http://www.historiadobrasil.net/guerracanudos/
http://www.wikipédia.com.br
http://www.culturabrasil.org/republicavelha.htm
http://www.suapesquisa.com/republica/
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=686
http://www.brasilescola.com/historiab/republica-oligarquica.htm
http://www.culturabrasil.org/republicavelha.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_18_do_Forte_de_Copacabana#A_revolta_do_Forte_de_Copacabana
http://casa-de-farinha.musicas.mus.br/letras/209072/

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