terça-feira, 30 de junho de 2009

As décadas de 50 e 60 do século XX, a maioria das antigas colônias européias na África e na Ásia tornou-se independente. Mas o governo próprio e a participação da ONU nem sempre impediram que esses novos países continuassem subordinados à economia da metrópole (ou seja, submetidos ao neocolonialismo).Ao mesmo tempo, os países pobres ganhavam consciência de que tinham seus próprios problemas e que, para resolvê-los, era preciso haver uma mudança na ordem mundial. Perceberam que faziam parte do Terceiro Mundo e que queriam superar o subdesenvolvimento.Primeiro Mundo: constituído por um privilegiado núcleo de aproximadamente 24 países capitalistas. São os países centrais do capitalismo, desenvolvido e poderosos como Estados Unidos (EUA), Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Japão, Suíça etc. Esses países têm elevada renda per capta (cerca de 20 milhões de dólares por ano), elevado nível da população (rica), poderoso setor industrial e tecnológico, excelente rede de transporte e comunicação, liderança política e cultural.Segundo Mundo: essa expressão é usada a países socialistas, cuja economia é controlada pelo Estado.Terceiro Mundo: constituído pelo vasto e heterogêneo conjunto de países subdesenvolvidos, espalhados na África, Ásia e na América Latina. São os países periféricos, que estão subordinados aos centros de decisão do capitalismo internacional. São países de baixa renda per capta (inferior a 2 mil dólares anuais), elevado nível da população (pobre),pouca tecnologia e desenvolvimento industrial,redução de trabalhadores qualificados,baixo nível de consumo.
A descolonização da África e da Ásia:
Nas décadas de 50 e 60 do século XX, a maioria dos países da África e da Ásia deixou de ser colônia européia. Isso foi possível após a Segunda Guerra Mundial.Para começar, a Europa estava preocupada de mais em reconstruir o que a guerra tinha destruído como não tinha condições de controlar suas colônias, muitas aproveitaram para tornarem-se independentes. E o governo da URSS ficou do lado dessas colônias porque, desde a Revolução de 1917, anunciava seu apoio à “libertação dos povos do jugo imperialista”. Por outro lado os Eua apoiaram a descolonização porque afinal de contas, os países abriam o mercado para os produtos americanos.Naqueles anos, o mundo inteiro respirava ar de libertação. As idéias fascistas, que defendiam a exploração e o racismo estavam desmoralizadas.Foi dentro desse clima mundial de luta contra a opressão dos povos que se criou a ONU,esta deu todo seu apoio as independências.Dentro desse quadro, nós não podemos esquecer o papel que teve a luta dos próprios povos oprimidos da África e da Ásia. Em alguns casos a independência só foi conquistada depois de uma sangrenta e dolorosa guerra.
O Neocolonialismo
Os países africanos e asiáticos enviaram representantes para se sentarem nas poltronas da ONU. Mas será que as coisas tinham mudado tanto assim nas ex-colônias?Infelizmente não.A maioria dos novos países continuava dependendo da antiga metrópole: para exportar seus produtos, e para importar tudo aquilo que precisavam, para obter tecnologia e financiamentos. No fundo, os laços coloniais na economia ainda nãoestavam totalmente rompidos. Essa situação é subordinação em relação à ex–metrópole passou a ser chamada de neocolonialismo.
Os não-alinhados
Em 1955, na Conferência de Bandung (Cidade da Indonésia). Reuniram-se dezenas de representantes da África e da Ásia. Esse encontro foi muito importante porque, pela primeira vez, afirmou-se oficialmente existência do Terceiro Mundo.Tal conceito se baseou no fato que existiam dois bloco dominantes. O Primeiro Mundo e o Segundo Mundo, as nações do Terceiro Mundo queriam ficar fora da Guerra Fria. Pretendiam se tornar países Não-alinhados, ou seja, não estariam nem do lado dos EUA e nem do lado da URSS. Essa idéia era tão forte que a Conferência de Bandung também ficou conhecido como conferência dos não-alinhados. Outras idéias importantes eram a luta contra o neocolonialismo e o racismo, a defesa da união dos paises e a cooperação internacional visando ao desenvolvimento do conjunto de todos os povos. O aspecto mais importante é que a maioria esmagadora dos países de Terceiro Mundo faz parte dos países capitalistas, mas é um capitalismo pobre. Um capitalismo que depende da economia dos países capitalistas mais ricos: depende de investimentos, de tecnologia, de financiamentos entre outras coisas.
O subdesenvolvimento
O que é um país de Terceiro Mundo subdesenvolvido? Em primeiro lugar são países que tem agricultura atrasada, e a Produção industrial é menor que a população. Mesmo nos países de Terceiro Mundo a produção industrial é menos que a agrícola, como na Argentina e no Brasil.Os países desenvolvidos, por outro lado, dominam a tecnologia e a ciência, sua economia gera produtos e serviços para todo o mundo, e é claro que o terceiro mundo é obrigado a comprar esses produtos, pois não tem como produzir.
A descolonização da África
Nas revistas ou noticiários você costuma ver sobre as tristezas da África.Quando esses noticiários falam de fome, mostram que ela foi causada por causa da seca. Quando falam de guerra civil, nos passa a idéia de que os povos africanos são irracionais, infantis e agressivos. A causa de tudo estaria mesmo na natureza, seja na natureza do clima desértico ou na natureza humana agressiva e irracional?As dificuldades existiam desde a década de 50 e 60 permanecem até hoje, muitas delas têm sua origem na colonização européia. Os colonizadores europeus chegaram e destituíram a agricultura tradicional das comunidades africanas para impor o sistema de plantation, isto é produz produtos para exportação, assim em vês de alimentar o povo, toda a produção africana é destinada para a exportação. Quando os europeus colonizaram a África, dividiram seu território sem pensar nos povos que lá viviam logo ouve guerras para conseguir alimento, territórios, água, etc, além do desentendimento entre tribos que ficaram juntas.
O racismo na África do Sul
A África do Sul foi colonizada por holandeses e ingleses. No século XX, quando o país ficou independente, o poder continuou nas mãos dos brancos descendentes de europeus.Os brancos eram donos de quase tudo: terras, minas, grande comércio, fábricas, bancos.Os negros não tinham direito a nada, trabalhavam como jumentos, salários miseráveis.Partidos africanos existiam e existem, mas não conseguirão resolver o problema africano, partidos como o CND (CONGRSSO NACIONAL AFRICANO) cujo líder era Nélson Mandela, este permaneceu na prisão durante trinta anos.A CNA sobrevivia clandestinamente o partido teve diversas idéias capitalistas, e se associou ao PCA – Partido Comunista da África do Sul, porém esse partido tinha idéias racistas e com os EUA apoiando este racismo , eles permaneceram no poder.Quando a URSS se desfez, os EUA não precisava mais temer que a África do Sul tivesse um partido comunista no poder.
A independência da Índia
A Índia foi a mais rica colônia da Inglaterra. Mas a exportação colonial reduziu milhões de indianos à miséria.O processo de independência foi liderado pelo Partido do Congresso, dirigido por Jawaharal Nehru. Esse partido tinha idéias radicais e democráticas, claro que não eram idéias radicais como, por exemplo, implantar o socialismo ou a reforma agrária. Mas a independência da Índia não teria vindo sem os grandiosos feito de Mahatma Gandhi. Multidões cada vez maiores as autoridades britânicas. Assim em 1947, a Índia tornou-se independente, adotando um regime de governo parlamentista.A Índia procurou tornar-se eqüidistante dos dois blocos hegemônicos mundiais: permanecia capitalista, mas tinha boas relações com a URSS.A Índia é uma mistura de dezenas de povos e de religiões diferentes, a situação que gera mais conflitos. Dentro do território indiano há populações que não aceitam a religião das outras mas há aquelas que querem criar um novo país.
Gandhi e a desobediência civil
Mahatma Gandhi nasceu na Índia em 1869, numa família de poses. Recebeu educação fina, estudou em Londres, onde se formou em Direito. Quando voltou para a Índia já tinha muitas idéias questionadoras. Solidário com o povo humilde, abandonou os ternos de linha e começou a se vestir com as roupas dos indianos pobres. Essa atitude também um modo de negar a cultura da elite européia. Gandhi pregava a tática de não-violência e da desobediência civil, simplesmente se recusava a reconhecer o líder colonial.“Gandhi era o santo que não fazia milagre. Não matou nem agrediu ninguém, mas também não se curvou diante do opositor.”
A Revolução Socialista na China
A China era uma civilização com mais de anos de cultura, orgulhosa de seus feitos. Até que, no século XIX, os países imperalistas a ocuparam, entupiram-na de ópio e de mercadorias industrializadas, rasgaram-na em áreas de influência, humilharam, pisotearam e desprezaram o povo.No alvorecer do século XX , as coisas começaram a mudar. Em 1911, nacionalistas chineses, liderados por Sun Yat-sem, chefiaram uma revolta que derrubou o imperador e proclamou a república. Sun Yat-sem tinha sido o fundador do Kuomintang, o Partido Nacionalista.Ele sonhava com um Estado democrático, que estimulasse a modernização econômica da China.As coisas não transcorreram como o patriótico Sun Yat-sem imaginava. Depois de sua morte em 1925, o Kuomintangpassou a ser liderado por Chiang Kai-shek. O novo governante chinês aproximou-se dos países ocidentais porque precisava de segurança para garantir seu domínio político sobre toda a China.Mas Chiang Kai-shek tinha agora um rival para enfrentar, o Partido Comunista da China (PCC),fundado em 1921.O Kuomintang perseguiu os opositores, assassinando milhares de comunistas (Massacre de Xangai, 1927). A fuga dos comunistas foi uma verdadeira epopéia. Na Longa Marcha liderados por Mao Tsé-tung percorreram mil léguas (Seis mil km) sob o fogo das tropas do governo Chinês. Na história, a única marcha guerrilheira que superou a Longa Marcha foi a coluna Prestes no Brasil depois de mais de 200 combater, enfrentando o deserto, a neve e a floresta, os sobreviventes chegaram ao nordeste da China praticamente inacessível ao inimigo.A Segunda Guerra Mundial tinha começado mais cedo para os Chineses. Desde 1937 que o Japão avia lhes declarado guerra total para submeter o país. Para enfrentar a inimigo, o PPC é o Kuomintang acertaram uma trégua. Na verdade os generais do Kuomintang, dominados pela corrupção, pouco faziam. A liderança da luta patriótica contra os japoneses passou para Mao Tse-tung é o PCC. Com isso, os comunistas ganharam um enorme prestígio junto à população.Quando a Segunda Guerra acabou, em 1945 quase ninguém mais acreditava no Kumintang. Os guerrilheiros de Mao Tsé-tung agora formavam um poderoso Exército Vermelho, com centenas de milhares de camponeses armados. A Revolução de 1949 abriu caminho para o desfile triunfal dos comunistas em Pequim. Chinang Kai-shek fugiu para a ilha de formosa, que continuou capitalista (e é também chamada de China nacionalista).
Socialismo na China
Com medo de uma represaria do ocidente, Stalin tinha recomendado aos comunistas chineses que não tomassem o poder. Ordenara que colaborassem com o Kuomintang! Porém Mao Tse-tung inaugurou as orientações do líder soviético e os comunistas chineses tomaram o poder na Revolução de 1949 .De início o novo governo comunista aceitou a existência dos pequenos empresários, nessa primeira etapa da revolução, chamado de Nova Democracia as grandes e médias propriedades rurais foram confiscadas pelo Estado e entregues aos camponeses. A Reforma Agrária foi muito importante para diminuir a pobreza no país.
URSS X China
No começo dos anos 60, o mundo assistiu a surpreendente briga entre URSS e China. A China não aceitava mais que os soviéticos determinassem como deveria ser constituído o socialismo. Além disso a URSS defendia a “Coexistência pacífica com o capitalismo “ coisa que os chineses odiavam. A separação foi dura mas conseguiram cortar relações e quase entraram em guerra.
Os problemas do Oriente Médio
“Uma bomba explode em Israel e mata crianças num ônibus escolar. A aviação despeja bombas incendiarias em acampamentos de refugiados palestino.” Notícias pavorosas como essa mostram que o Oriente Médio é uma das regiões mais violentas do planeta.Árabes e israelensesDurante séculos, o oriente Médio pertenceu ao império Turco-Otomano. Depois da Primeira Guerra (1914-1918), os turcos perderam esse Domínio para a França e a Inglaterra. Finalmente, após a segunda Guerra (1939-1945), uma porção de países do Oriente Médio ganhou a independência.

sábado, 27 de junho de 2009

Segunda Guerra Mundial

Segunda guerra mundial







As causas da Segunda Guerra Mundial


Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.


Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial. Na Itália estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que se tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites.


Tanto a Itália quanto a Alemanha passavam por uma grave crise econômica no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas destes países foi a industrialização, principalmente na criação de indústrias de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques etc).


Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.




O rearmamento alemão



Quando perdeu a Primeira Guerra Mundial, a alemanha ficou proibida de produzir armas pesadas e de ter um exército poderoso.

Os facistas eram violentamente anticomunistas. Em 1936, por exemplo,as tres grandes potências facistas, Alemanha, Itália e Japão, assinaram o Pacto Anti-Kominter. Ou seja, um acordo aberto de luta contra os comunistas em todo o mundo.



A Inglaterra e a França eram paises capitalistas governados por partidos políticos liberais. Os liberais eram contrários ao facismo, mas eram mais contrários ainda ao comunismo. Calcularam assim que mais cedo ou mais tarde Hitler atacaria a URSS. Por isso a Inglaterra e a França permitiram o rearmamento da Alemanha, esperavam realmente que ela declarasse guerra para destruir o socialismo soviético.

Porém os nazistas não queriam vencer apenas a URSS. Eles queriam dominar a Europa inteira, desse modo atacariam a França e a Inglaterra também.



Início da guerra na Europa
































Um avião alemão Heinkel He 111 bombardeia Varsóvia em 1939.


O plano de expansão do governo envolvia uma série de etapas. Em 1938, com o apoio de parte da população austríaca, o governo nazista anexou a Áustria, episódio conhecido como Anschluss. Em seguida, reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetas (região montanhosa da Tchecoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente, foi então convocada uma conferência internacional em Munique. Na conferência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, seguindo a política de apaziguamento, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos.

Em
1º de Setembro de 1939, o exército alemão lançou uma forte ofensiva de surpresa contra a Polôia, com o principal objetivo de reconquistar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial e com o objetivo secundário de expandir o território alemão. As tropas alemãs conseguiram derrotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tornou efetivo o acordo (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazista e ocupou a parte oriental da Polônia. A Grã-Bretanha e a França, responderam à ocupação declarando guerra à Alemanha, mas não entrando, porém, imediatamente em combate. A Itália, nesta fase, declarou-se "país neutro".


Pacto Molotov-Ribbentrop

O Pacto Molotov-Ribbentrop, também conhecido como Tratado Molotov-Ribbentrop, Pacto Nazi-Soviético, Tratado Nazi-Soviético, Pacto Hitler-Stalin, Pacto Germano-Soviético, ou simplesmente Tratado de não-agressão Germano-Soviético, foi um
tratado de não-agressão firmado às vésperas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), entre a Alemanha Nazista e a União Soviética.



O Pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.



Este novo fato nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazistas eram inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O Pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de Novembro de 1939.



O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético pela Operação Barbarossa
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Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de Setembro de 1939, já com a invasão Nazi em andamento. Ribbentrop faz reverência a Stalin.

A invasão na URSS




Em 22 de Junho de 1941, os exércitos do eixo lançaram-se à conquista do território soviético, com a chamada Operação Barbarossa. Os exércitos do eixo contavam com 180 divisões, entre tropas alemãs, italianas, húngaras, romenas e finlandesas, num total de mais de três milhões e meio de soldados. A estes se opunham 320 divisões soviéticas, num total de mais de seis milhões de homens; porém apenas 160 destas divisões estavam situadas na região de fronteira com a Alemanha Nazi. Grande parte das tropas soviéticas estavam estacionadas na região leste do país, na fronteira com a China ocupada, antecipando a possibilidade de mais um ataque japonês contra a União Soviética, conforme acontecera em março de 1939.



A ofensiva era amplamente esperada, pois a invasão da União Soviética fazia parte do discurso nazista desde o surgimento do partido, tendo sido fortemente pregada por Adolf Hitler em seu livro "Mein Kampf" e estado presente em diversos de seus pronunciamentos políticos anteriores até mesmo ao início da guerra. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, partindo não somente da espionagem soviética mas também de informações obtidas pelos ingleses e norte-americanos. A mobilização de grande número de tropas alemãs para a região de fronteira também foi percebida. Os soviéticos já vinham tomando medidas contra a invasão desde a década de 30, aumentando exponencialmente o contingente de seu exército.

Apesar de tudo isto, a invasão começa a
22 de junho de 1941 veio como uma surpresa, pois não se esperava que a Alemanha atacasse a URSS antes que a Inglaterra se retirasse da guerra, conforme se previa. O resultado disto foi uma enorme vantagem tática para as tropas alemãs nos primeiros dias da guerra, o que permitiu o envolvimento de grande número de divisões do exército vermelho e a destruição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nas suas bases, antes mesmo que conseguissem levantar vôo.


As tropas do eixo foram divididas em três grupos de exércitos: norte, central e sul. O grupo norte atravessou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e marchou contra Leningrado , que foi atacada ao mesmo tempo pelos finlandeses, mais ao norte. A cidade foi completamente cercada a 8 de setembro de 1941; a partir de então só foi possível abastecê-la pela rota que atravessava o lago Ladoga, constantemente vigiada pelos aviões alemães. O resultado foi uma grave crise de fome, que segundo as estimativas teria vitimado por volta de um milhão de civis.



A partir de 20 de novembro de 1941, foi possível estabelecer uma rota segura para Leningrado através do lago congelado, devido à recaptura do eixo ferroviário na cidade de Tikhvin, o que permitiu a evacuação de civis, melhorando a situação da cidade. O cerco de Leningrado só foi completamente levantado em Janeiro de 1944.


O exército central foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dita. Aqui o avanço das tropas alemãs foi interrompido pela primeira vez, dada a forte resistência oposta pelas tropas soviéticas, porém a cidade foi conquistada a 16 de julho.

O exército sul prosseguiu mais vagarosamente do que os outros dois, sendo forçado a combater no terreno dos pântanos Pripet, o que reduzia a velocidade dos avanços. Apesar disso, conseguiu empurrar o grupo sul do exército vermelho até a cidade de Kiev, onde seu avanço foi interrompido. Aproveitando-se do fato de que o exército central havia avançado muito mais adiante, os alemães deslocaram boa parte desse segundo grupo de exércitos para o sul, conseguindo assim envolver um enorme grupo de divisões no que ficou conhecido como o bolsão de Kiev. O resultado foi a captura de 700 mil soldados soviéticos, o que resultou praticamente na destruição do grupo sul do exército vermelho.


No dia 6 de dezembro, em pleno inverno, começou a contra-ofensiva dos russos, chefiada pelo general Georgy Zhukov. Utilizando equipamentos novos como os tanques T-34 e os morteiros foguetes Katyusha, o exército vermelho conseguiu retomar uma quantidade significativa de território, afastando definitivamente a ameaça que pairava sobre sua capital.

Em 1942, o exército alemão já não se encontrava em condições de tentar uma nova ofensiva contra Moscou, que também seria demasiadamente previsível. A Wehrmacht voltou-se então contra a região do Cáucaso, de grande importância econômica e militar devido a seus recursos petrolíferos (reservas de petróleo soviéticas no Mar Cáspio), industriais e agrícolas. Além disso, a conquista da região permitiria bloquear o rio Volga. A operação de captura do Cáucaso foi chamada de operação Azul e teve início em 28 de junho de 1942. No final do mês de julho os alemães já haviam avançado até a linha do rio Don e começaram os preparativos para o envolvimento da cidade de Stalingrado, defendida pelas tropas do General Chuikov. A cidade sofreu pesados bombardeamentos aéreos.

No fim de Agosto, a cidade foi cercada ao norte e no 1.º de setembro as comunicações ao sul também foram interrompidas. A partir de então, as tropas que combatiam na cidade só puderam ser abastecidas através do rio Volga, constantemente bombardeado pelos alemães. A batalha pela cidade durou três meses, conhecendo avanços e recuos de ambas as partes, com lutas sangrentas pela conquista de simples casas, prédios ou fábricas. O tipo de terreno resultante das ruínas da cidade arrasada favorecia o combate de infantaria, impedindo a utilização eficiente de tanques. Milhares de civis aprisionados no interior da cidade foram vitimados, principalmente em conseqüência dos bombardeamentos. Em novembro, os alemães haviam alcançado a margem do rio Volga, impedindo o abastecimento das tropas soviéticas.



Stalingrado













Soldados soviéticos durante a Batalha de Stalingrado.

Em novembro de 1942, os soviéticos iniciaram seu contra-ataque, batizado de Operação Urano, que tinha o objetivo de envolver as divisões alemãs em Stalingrado. Em 19 de novembro, as tropas do general Vatutin, que formavam a pinça norte do ataque, irromperam contra o flanco dos exércitos do Eixo, enquanto ao sul as tropas de Konstantin Rokossovsky faziam o mesmo. Os alemães foram cercados pelo Exército Vermelho e as tentativas de abastecê-los através de uma ponta aérea não tiveram sucesso. Uma tentativa de romper o cerco foi feita pelas tropas do General Erich von Manstein, numa operação chamada de Tempestade de Inverno, porém as tropas cercadas no interior da cidade já estavam sem abastecimento há um bom tempo e não tiveram condições de colaborar com as demais tropas alemãs. Os soviéticos continuavam seu contra-ataque (agora a Operação Saturno), ameaçando envolver os exércitos de Manstein, que foi forçado a abandonar sua tentativa de salvamento e retirar-se. A 2 de fevereiro de 1943, os alemães remanescentes na cidade rendem-se. Mais de 800 mil soldados do eixo, entre alemães, húngaros, romenos e italianos, além de dois milhões de soviéticos, morreram nas operações que envolveram Stalingrado e todo o restante do 6º Exército alemão, comandado pelo Generalfieldmarschall (Marechal-de-Campo)Friedrich Von Paulus, que obedeceu até o fim as ordens de Hitler de não romper o cerco, sendo feito prisioneiro junto com o seu exército. A batalha de Stalingrado dura cinco meses. Dos trezentos mil soldados alemães encurralados no cerco, noventa mil morrem de frio e fome e mais de cem mil são mortos nas três semanas anteriores à rendição. Devido às rigorosas dificuldades do inverno nesse ano, que dificultava a subsistência até da população local, um grande número dos soldados alemães, sem proteção contra o frio nos campos de prisioneiros, não sobreviveu, sendo que poucos retornaram a sua terra natal após a guerra. Após a tomada de Stalingrado, as tropas soviéticas continuaram avançando e em fevereiro de 1943 retomaram Kursk, Kharkov e Rostov, retomando completamente a região do Cáucaso. A 20 de fevereiro, os alemães retomaram Kharkov, formando uma saliência no front soviético em Kursk, o que teria importantes conseqüências nos meses seguintes.




Os generais alemães e o próprio Hitler, após a queda de Stalingrado, tinham noção que esse quadro de desestabilização geral estava ocorrendo, e começaram a planejar medidas para reduzir seus efeitos. Muitos oficiais preferiam esperar uma ofensiva soviética e contra-atacar – a “ação de retaguarda” proposta por Manstein – buscando paralisar os russos com contra-ataques locais; outros militares defendiam que uma ofensiva deveria ser desfechada o quanto antes para incapacitar os soviéticos e depois esperar pelos ataques dos aliados ocidentais. Essa tática acabou sendo a escolhida por Hitler, resultando na “Operação Cidadela”, cognome do ataque contra a cidade de Kursk, onde estavam concentradas grandes forças russas que deveriam ser cercadas e destruídas. Foi uma operação perdida desde o início para os alemães, pois os soviéticos tinham superioridade em artilharia, tanques, homens e aviões, o que talvez não fizesse tanta diferença se também não tivessem as informações sobre os planos de ataque alemães – obtidas através da rede de espiões comunistas “Orquestra Vermelha” na Alemanha – e contassem com defesas em profundidade largamente preparadas na região. A culminância dessa malfadada operação foi a Batalha de Kursk
, em julho de 1943, onde os alemães sofreram uma grande derrota e foram recuando até saírem da URSS e as forças soviéticas avançando em direção à Alemanha.
Embora o significado das batalhas entre Alemanha e URSS tenha sido enormemente relativizado no mundo capitalista pós-guerra, por conta de questões ideológicas próprias da Guerra Fria, o chamado fronte oriental foi onde aconteceram as mais ferozes batalhas, com as maiores perdas civis e militares da história, e mostrou excepcionais tenacidade e capacidade de reorganização e aprendizado do Exército Vermelho frente à Wehrmacht. Apesar de imensas perdas humanas e matérias, a URSS foi a única nação da guerra a ser invadida territorialmente pela Werhmacht (então o maior, melhor treinado, mais bem equipado, e mais eficiente exército do mundo, cujos vários feitos em eficiência e versatilidade em campo permanecem inigualados até hoje) a ser capaz de se reorganizar, e, sem rendição ou acordos colaboracionistas (como o do “Governo de Vichy”, na França), resistir, combater, e efetivamente rechaçar as forças alemãs para fora de seu território sem tropas externas atuando em seu território (como na recuperação da França, por exemplo, precisou da ajuda maciça de tropas americanas e britânicas), e, mais importante, seguir um curso de vitórias até a capital da Alemanha - terminando, na prática, a guerra: poucos dias depois do suicídio de Hitler na Berlim
já completamente ocupada pelo Exército Vermelho, as forças alemãs assinaram sua rendição incondicional.


A guerra relâmpago






->Tropas alemãs em Paris após a queda da França.





A 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva, também de surpresa, contra os Países Baixos, dando início à Batalha da França. Os alemães visavam a contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot, construídas anos antes na fronteira da França com a Alemanha. Com os britânicos e franceses julgando que se repetiria a guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e graças à combinação de ofensivas de pára-quedistas com rápidas manobras de blindados em combinação com rápidos deslocamentos de infantaria motorizada (a chamada "guerra-relâmpago" - Blitzkrieg, em alemão), os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânica, destacadas para a defesa da França. Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do governo na França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler
e começou a colaborar com os alemães.

A reconquista da Europa


-Dia D

A partir de meados 1943, os exércitos aliados foram recuperando território passo a passo. Enquanto na frente principal, os soviéticos obtinham a rendição dos alemães em Stalingrado em fevereiro e, em agosto tomavam a iniciativa dos combates após terem derrotado no mês anterior a última grande ofensiva alemã realizada à Leste, em Kursk; anglo-americanos e franceses livres, após a vitória no norte da África em maio, tomaram à partir de julho, Sicília, Córsega, Sardenha e o sul Itália, causando tanto a queda do gabinete de Benito Mussolini
, e a prisão deste, que foi resgatado por comandos alemães; quanto a rendição e a adesão formal da Itália à causa aliada em setembro.
A 6 Junho de 1944, no chamado Dia D, os Aliados efectuaram um desembarque nas praias da Normandia (Operação Overlord), em que participaram o Exército Britânico (lutando nas praias de Gold e Sword), o Exército Americano (lutando em Omaha e Utah) e o Exército Canadense (lutando em Juno). Os americanos sofreram por volta de duas mil baixas, pois os tanques Sherman, (disfarçados de Chatas pelo Exército Americano para os esconder, e torná-los um fator surpresa) afundaram. Já o Exército britânico não teve muitas baixas em Gold e Sword, pois seus tanques blindados e especializados (em cortar trincheiras e explodir minas) conseguiram ultrapassar. Era o início da Batalha da Normandia. Apesar da inferiodade aérea, e submetida a constantes bombardeios aéro-navais, os alemães resistiram durante mais de mês antes que os aliados tomassem o primeiro porto, Cherbourg em meados de julho, o que somado à outro desembarque aliado no sul da França no final de agosto, forçou o recuo das forças alemãs para a Bélgica.
Desembarque na costa da Normandia no chamado Dia D
.

Após a libertação de Paris, seguiu-se em Setembro de 1944 a libertação de parte da Bélgica, incluindo sua capital e a operação Market Garden que tinha como um dos objectivos libertar os Países Baixos. Esta operação foi superior à Overlord no que respeita ao número de pára-quedistas envolvidos, mas resultou num enorme fracasso, contando-se cerca de 20 mil mortos, só entre os americanos, e 6500 britânicos foram feitos prisioneiros. O objetivo dos Aliados era conquistar uma série de pontes nos Países Baixos, o que lhes permitiria atravessar o rio Reno.

A derrota do Eixo

Apesar da evidente superioridade militar aliada, as tropas alemãs resistiram durante meses, até que, em Dezembro de 1944, Hitler ordenou uma contra-ofensiva na Bélgica, nas Ardenas. Os exércitos aliados, desgastados devido a problemas logísticos, sustiveram com grande dificuldade o avanço das tropas alemãs. Várias unidades aliadas foram cercadas pelo avanço alemão, privando estes soldados de receberem mantimentos e outros equipamentos, pelo que tiveram de sobreviver a um inverno rigoroso sem roupa adequada e com poucas munições. Eram frequentes as incursões de soldados alemães, disfarçados de soldados americanos, em áreas controladas pelos aliados para causar sérios transtornos, como mudança de caminhos de divisões inteiras, mudanças de placas, implantações de minas, emboscadas. Estes soldados alemães, os primeiros comandos, estavam sob o comando do Oberst (Coronel) Otto Skorzeny, que já libertara Mussolini, entretanto aprisionado em Itália. Finalmente, a ofensiva alemã acabou por fracassar, e o custo em termos militares acabou por fragilizar a posterior defesa do território alemão. Na Itália, foi tomada a abertura ao Reno, com participação de forças francesas, americanas e a Força Expedicionária Brasileira, fato que facilitou o avanço aliado pelo sul.

Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências firmaram acordos sobre seu encerramento, além de definirem partilhas, inaugurando novos confrontos com potencial de desencadear uma hecatombe nuclear. O primeiro dos acordos foi a Conferência de Teerã, no Irã, em 1943.

Em Janeiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin reúnem-se novamente em Ialta, Ucrânia, já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Europa pós-guerra. Nesta conferência, fica decidido que todos os países libertados deveriam realizar eleições livres e democráticas - o que não se veio a verificar, nos países controlados pelo Exército Vermelho - e que a Alemanha teria de compensar os países que invadiu. Definiu-se, ademais, a partilha mundial, deixando à União Soviética o predomínio sobre a Europa Oriental, incorporando os territórios alemães a leste e definindo a participação da URSS na rendição do Japão, com a divisão da Coréia em áreas de influência soviética e norte-americana. Assim, lançavam-se as bases para a Guerra Fria.

O Holocausto

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pessoas que morreram em consequência da guerra. As perdas foram superiores na Europa Oriental: estimam-se 17 milhões de mortes civis e 12 milhões de mortes militares para a União Soviética, 6 a 7 milhões para a Polónia (primariamente civis), enquanto que na França o número rondaria os 600 000.

O Holocausto comandado pelas autoridades nazistas, como parte da "solução final" para o "problema judeu", levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração, para além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como membros da etnia cigana, eslavos, homossexuais, portadores de deficiência, Testemunhas de Jeová e dissidentes políticos. Milhares de judeus eram usados como cobaias em diversas experiências, o que acarretou a propagação de doenças como tifo e tuberculose. Após a guerra cresceram as pressões sobre a Grã-Bretanha para o estabelecimento de um estado judaico na Palestina; a fundação do estado de Israel em 1948 resolveria a questão dos judeus sobreviventes na Europa, já que parte considerável deles migrou para o novo estado.


Campo de concentração de Buchenwald. Fotografia tirada no dia da libertação do campo pelas tropas aliadas em Abril de 1945.















Consequências da Segunda Guerra Mundial

Desenvolvimento tecnológico

A tecnologia bélica evoluiu rapidamente durante a Segunda Guerra Mundial e foi crucial para determinar o rumo da guerra. Algumas das principais tecnologias foram usadas pela primeira vez, como as bombas nucleares, o radar, sistemas de comunicação por micro-ondas, o fuzil mais rápido, os mísseis balísticos, e os processadores analógicos de dados (computadores primitivos). Enormes avanços foram feitos em aeronaves, navios, submarinos e tanques. Muitos dos modelos usados no início da guerra se tornaram obsoletos quando a guerra acabou. Um novo tipo de navio foi adicionado aos avanços: navio de desembarque anfíbio (usado no Dia D).

Mortes

As estimativas para o total de vítimas da guerra variam, mas a maioria sugere que cerca de 72 milhões de pessoas morreram durante a guerra, incluindo cerca de 26 milhões de
soldados e 46 milhões de civis. Muitos civis morreram devido à doenças, fome, massacres, bombardeios e genocídio. A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra, cerca de metade de todas as vítimas da Segunda Guerra Mundial. Do total de mortes na II Guerra Mundial, aproximadamente 85% estavam no lado dos Aliados (principalmente soviético e chinês) e 15% do lado do Eixo. Uma estimativa é que 12 milhões de civis morreram nos campos de concentração nazistas,1,5 milhões por bombas, 7 milhões na Europa e 7,5 milhões na China devido a outros fatores.
Os dados sobre o total de vítimas varia porque a maioria das mortes não foram documentadas.

Prisioneiros de guerra

Prisioneiros de guerra do Gulag, na construção do campo de trabalho forçado de Belomorkanal.

Com a derrota e posterior separação da Alemanha, cerca de 3 mil civis alemães viraram prisioneiros de guerra tendo que trabalhar em campos de trabalhos forçados no Gulag, na Rússia. Apenas em 1950, os civis poderam ter a sua liberdade e voltar para a Alemanha.

Muitos dos prisioneiros de guerra alemães e italianos foram trabalhar na reconstrução da Grã-Bretanha e da França. Cerca de 100 mil prisioneiros foram enviados para a Grã-Bretanha e cerca de 700 mil para a França. Além disso, os milhares de soldados presos pelos soviéticos continuaram em cativeiro, diferentemente dos prisioneiros pelos aliados, que foram libertados entre 1945 e 1948.

No início dos anos 50, alguns prisioneiros alemães foram libertados pelos russos, mas somente em 1955, após a visita de Konrad Adenauer à URSS é que os restantes prisioneiros ainda vivos foram libertados e retornaram a sua terra natal após até 14 anos de cativeiro.


Territoriais

Divisão da Alemanha pelas quatro potências vencedoras (1945-1949)

As transformações territoriais provocadas pela Segunda Guerra começaram a ser delineadas pouco antes do fim desta. A
Conferência de Ialta (4-12 de Fevereiro de 1945) teria como resultado a partilha entre os Estados Unidos e a União Soviética de zonas de influência na Europa. Alguns meses depois a Conferência de Potsdam, realizada já com a derrota da Alemanha, consagra a divisão deste país em quatro zonas administradas pelas potências vencedoras. No lado Oriental, ficaria a administração sob incumbência da União Soviética e, no lado Ocidental, a administração ficaria sob incumbência dos Estados Unidos, França e Inglaterra, tendo estas duas últimas desistido da incumbência.

A Itália perderia todas as suas colónias; a Ístria acabaria por ser integrada na Jugoslávia, tendo também sofrido pequenas alterações fronteiriças a favor da França.

O território da nação polaca desloca-se para oeste, integrando províncias alemãs (Pomerânia, Brandemburgo, Silésia), colocando a sua fronteira ocidental até aos cursos do Oder e do Neisse. A URSS progrediu igualmente para oeste, graças principalmente à reversão das perdas territoriais sofridas pelo Pacto de Brest-Litovsk: houve a criação da República Socialista Soviética da Bielorússia (numa área de maioria étnica bielorussa, mas que havia sido concedida à Polônia), e também a ampliação da Ucrânia, que também havia perdido território, duas décadas antes, para a Polônia.

O Japão teve que abandonar, de acordo com o estabelecido no acordo de paz de 1951 com os Estados Unidos, a Manchúria e a Coreia, além dos territórios que havia conquistado durante o conflito. Nos anos 70, os Estados Unidos devolvem Okinawa ao Japão.


Políticas

No plano das relações internacionais, o fracasso da Sociedade das Nações em evitar a guerra levaria à criação de uma nova instituição, a Organização das Nações Unidas. Fundada em Junho de 1945, apresentou como objetivos assegurar a paz e a cooperação internacional. Uma das razões apontadas para o fracasso da Liga das Nações foi a igualdade entre países pequenos e grandes, que bloqueava o processo de tomada de decisões. A ONU vai distinguir na sua organização interna cinco grandes países, tidos como detentores de maiores responsabilidades, e os restantes; estes cinco países possuem assento permanente no Conselho de Segurança, principal órgão da ONU, onde possuem direito de veto. Os outros membros do Conselho de Segurança são seis países eleitos rotativamente.

As principais potências imperialistas (França e Inglaterra) saíram da Guerra completamente arrasadas, tornado insustentável a manutenção de seus vastos territórios coloniais. Foi durante essa época que iniciou-se o movimento de descolonização afro-asiática.

A Segunda Guerra Mundial provocou igualmente o fim da hegemonia mundial da Europa e a ascensão de duas superpotências, os Estados Unidos da América e a União Soviética, que seriam os protagonistas da cena internacional durante o período conhecido como a Guerra Fria
.


O fim da guerra

Em Março de 1944, as forças japonesas que ocupavam a Birmânia, deram início a um ataque contra a Índia, mas acabaram por ser derrotadas em Impanhal. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong. A Guerra Sino-Japonesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, gastava mais recursos que a Campanha do Sul. Em agosto de 1944, depois de lançada a última ofensiva em Ichi Go, o Império japonês, tomou grande parte do Sul da China Central, estabelecendo uma ligação terrestre com a Indochina e inviabilizando o território chinês como base para que os aviões caça aliados pudessem escoltar os bombardeiros em direção ao Japão.

No entanto, as forças Aliadas do Pacífico já haviam chegado perto do arquipélago nipónico. Após tomar as ilhas Marianas em Junho-Julho de 1944, os americanos obtiveram sucesso em uma série de batalhas aéro-navais em Luzon nas Filipinas, desembarcando nas mesmas no final de Outubro. No início de 1945, a instalação de bases aéreas nas ilhas de Iwo Jima (em Fevereiro) e Okinawa (em Abril), mesmo antes da tomada completa das mesmas pelos Americanos, trouxeram o Japão para dentro do alcance dos caças de escolta de longo alcance (principalmente os P-51 Mustang), o que viabilizava à partir de então os ataques aéreos e navais, começando assim os bombardeamentos incendiários contra as principais cidades japonesas. As escoltas executadas pelos caças mantinham ocupada, além de debilitar ainda mais a já combalida aviação de guerra japonesa, então na defensiva, fazendo com que os ataques aéreos, principalmente os executados pelos aviões-bombardeiros norte-americanos B-29 pudessem, à partir do final de fevereiro de 1945, ser efetuados com perdas aceitáveis para as forças atacantes. Ao final de junho, quando se conclui a tomada de Okinawa, tais bombardeamentos que em certo momentos eram realizados sem oposição, já haviam causado a destruição completa de 69 cidades japonesas e a morte de mais de 393.000 civis. Durante este mesmo período, os comunistas recomeçavam a avançar na China; a maior parte das ilhas Filipinas era retomada pelos americanos; enquanto os Britânicos recuperavam por completo a Birmânia, ao mesmo tempo que avançava uma rebelião contra as forças japonesas no Vietnam.

o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas e a deterioração da situação nos últimos meses, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Estaline para apresentar uma rendição do Japão. Estaline recebeu a mensagem algumas horas antes da conferência dos Aliados na Alemanha, apresentando assim a proposta de rendição japonesa a Harry Truman. Os Aliados ocidentais pediam ao Japão uma rendição incondicional, contudo o Japão decidiu não responder devido aos termos de rendição dos Aliados não especificarem o futuro do Imperador — visto como um deus para o povo japonês — tal como o sistema imperial. Harry Truman, após a sua chegada à conferência, recebeu uma mensagem que indicava que o teste da bomba atómica "Trinity" tinha sido bem sucedido; decidido a ganhar a guerra utilizando o projecto Manhattan e demonstrar o poder de força da nova arma ao aliado russo, deu indicações a Estaline que ignorava a mensagem japonesa.

Em 6 de Agosto, a bomba atómica "Little Boy", foi lançada sobre Hiroshima do B-29 "Enola Gay", pelo "esquadrão Atómico", contudo esta bomba não teve o efeito esperado, não tendo pronta reacção do Imperador Hirohito ou do Gabinete de Guerra japonês. A maior do povo japonês desconhecia ainda o ataque a Hiroshima, pois as estações de rádio e jornais não relataram nada sobre os efeitos do ataque, apenas sobre um novo tipo de bomba desenvolvido.

A 8 de Agosto de 1945 a União Soviética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na conferência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agosto, August Storm) em grande escala à Manchúria, que se encontrava ocupada pelo Japão.

Com o avanço Soviético e a decisão nipônica de ignorar o ultimato para rendição, Truman decide pelo lançamento de uma segunda bomba atómica, a "Fat Man" que foi lançada pelo B-29 "Bock's Car" sobre Nagasaki a 9 de Agosto.

Mesmo antes, com a maior parte das forças militares japonesas derrotadas e isoladas, assim como o próprio Japão, cercado com dezenas de suas principais cidades em escombros e a indústria arrasada; somente após essas 2 cidades terem sido atingidas pelos engenhos nucleares, causando cerca de 300 mil mortos instantaneamente, e um número indeterminado de vítimas posteriormente, devido à contaminação pela radiação; é que decidiu o Imperador japonês aceitar a rendição incondicional. As chefias norte-americanas justificaram esta ação afirmando que uma invasão do Japão teria custos muito mais elevados em termos de vidas de militares de ambos os lados e civis japoneses.


Brasil na Guerra

Embora estivesse sendo comandado por um regime ditatorial simpático ao modelo fascista (o Estado novo getulista), o Brasil acabou participando da Guerra junto aos Aliados. Isto porque, muito antes que a pressão popular se fizesse sentir em 1942, devido à partir de Fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos terem iniciado o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália, segundo relatado nos diários de Goebbels, à adesão por parte do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático ao lado de qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potênica extra-continental); de fundamental importância para que o governo brasileiro paulatinamente se alinhasse com os EUA e consequentemente a causa aliada à partir de Pearl Harbor, igual e respectivamente foram: as tentativas veladas de ingerência nos assuntos internos brasileiros por parte da Alemanha e Itália, especialmente à partir da implantação do Estado Novo; a progressiva impossibilidade à partir do final de 1940 de manter relações comerciais estáveis e efetivas com estes países devido a pressão naval britânica e posteriormente americana exercida contra os mesmos e a chamada política de boa vizinhança levada a cabo pelo então presidente Roosevelt, que entre outros incentivos econômicos e comerciais financiou a construção de uma gigantesca siderúrgica, a CSN (Compania Siderúrgica Nacional.

Também, durante o ano de 1942, em meio à incentivos econômicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aéro-navais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira, sendo a base militar no município de Parnamirim, vizinho a capital Natal, no estado do Rio Grande do Norte, a principal dentre estas. Bases às quais os militares brasileiros tinham acesso restrito e controlado. Tendo sido a de Parnamirim de especial importância para o esforço de guerra aliado antes do desembarque de tropas Anglo-Americanas no Norte da Africa em novembro de 1942 na Operação Tocha.Complexo de bases esse que foi popularmente apelidado na época de "Trampolim da Vitória", devido à importante contribuição tática proporcionada para a frente norte africana. À partir da estabilização da frente italiana em fins de 1943 e do enfraquecimento da campanha submarina alemã, as bases americanas em solo brasileiro foram sendo progressivamente desativadas ao longo de 1944-45, embora na da ilha de Fernando de Noronha os americanos tenham permanecido até 1960.

Somente devido à pressão popular é que se deveu a declaração de guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista em agosto de 1942, após meses de torpedeamento de navios mercantes brasileiros. Assim como, a existência da Força Expedicionária Brasileira que teve sua formação inicialmente protelada por um ano após a declaração de guerra e seu envio ao front iniciado somente em julho de 1944, quase 2 anos após a declaração e mesmo assim tendo enviado cerca de 25.000 homens de um total inicial previsto de 100.000.Mesmo com problemas na preparação e no envio; já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a FEB cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. No entanto, mal terminada a guerra, temendo uma possível capitalização política da vitória aliada por membros da FEB, dada a contribuição desta à mesma, mesmo que modesta; decidiu o governo brasileiro desmobilizá-la oficialmente ainda em solo Italiano. À seus membros, no retorno ao país foram impostas restrições, os veteranos não militares (que deram baixa ao retornar) foram proibidos de utilizar em público condecorações ou peças do vestuário expedicionário, enquanto os (veteranos militares) profissionais foram transferidos para regiões de fronteira ou distantes dos grandes centros.

No entanto, a participação do Brasil na guerra e a forma como a mesma se desenrolou, contribuiu decisivamente para o fim do regime do Estado Novo, como já sinalizava o Manifesto dos Mineiros em 1943.

Assim, embora mais vigorosa que a participação na Primeira Guerra Mundial, considerando o jogo político e diplomático travado entre americanos e alemães pelo apoio brasileiro e os números da real contribuição tática e estratégica que o país proporcionou comparados ao de outros países aliados (a FEB por exemplo era apenas uma entre 20 divisões aliadas na Itália, tendo atuado num setor, embora relativamente importante, secundário no Front Italiano, num momento em que este mesmo front italiano tinha se tornado de menor importância para ambos os lados); a modesta participação brasileira na Segunda Guerra pode no geral ser equiparada à do Japão na Primeira Guerra Mundial. Se de um lado, em termos numérico e tático os brasileiros tiveram no segundo conflito mundial uma participação maior na causa aliada que os japoneses 3 décadas antes, por outro lado os nipônicos, entre as décadas de 1920 e '30, souberam capitalizar melhor política e estratégicamente a nível internacional sua participação no conflito de 1914-18.






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Vídeos
FEB O Brasil na Segunda Guerra Mundial - Brazil at War-I
Filmes
A vida é Bela,
Pearl Harbor,
O Resgate do Soldado Ryan,
Olga,
Códigos de Guerra,
A Guerra de Hart,
Um Sinal de Esperança,
Círculo de Fogo,
A Lista de Schindler

Defiance
(Defiance - EUA - 2008)
Sinopse:
Baseado em fatos reais, com Daniel Craig encabeçando o elenco, este filme conta a história dos irmãos Bielski, o maior caso de judeus resistindo e salvando outros judeus na Segunda Guerra Mundial.


Marcas da Guerra (Fateless-2005)
Sinopse:
Um jovem húngaro cresce no campo de concentração Buchenwald durante a II Guerra Mundial.
György Köves tem 14 anos e é filho de um mercador que foi enviado a um campo de trabalhos forçados.


À Beira do Inferno
Diretor = John Monks Jr.
Sinopse:
Herói da Marinha americana decide resistir à invasão japonesa da ilha de Guam. É a história verdadeira de George Tweed, um marinheiro americano que se tornou o único em serviço na ilha de Guam, durante os primeiros tempos da Segunda Guerra.


À deriva no Atlântico
Direção: Michael Daëro
Sinopse:
Milhares de refugiados de origem judaica se espremem em abrigos de Viena e Bratislava, na esperança de embarcar-nos poucos barcos disponíveis para salvá-los da fúria nazista.
Entre eles, Ruth, garota de 17 anos, escreve em um diário sobre a jornada que vai empreender através da única via para escapar dos soldados de Hitler: o Atlântico.

Afundem o Bismarck
A história de uma das mais famosas batalhas em água oceânicas da 2ª Guerra Mundial é trazida às telas neste incrível semidocumentário.
Direção: Lewis Gilbert


Além da Linha Vermelha
Durante a Segunda Guerra Mundial, fica claro que o resultado da batalha de Guadalcanal influenciará fortemente o avanço japonês no Pacífico. Assim, um grupo de jovens soldados é enviado para lá, trazendo alívio para as esgotadas unidades da marinha.

Viagem do Coração (Bon Voyage)

O Segundo Pelotão (The Second Front - 2004)
Direção: Dmitri Fiks
Sinopse: Em plena Segunda Guerra Mundial, Inglaterra, Alemanha e Rússia brigam para achar um cientista judeu que está desenvolvendo uma poderosa arma.

A Polícia de Hitler: Um Retrato do Mal
O filme conta a história de Helmut (Nill Nighy) e Karl Hoffmann (John Shea), dois irmãos que presenciaram toda a ascensão do poder de Hitler na Alemanha. Helmut decide alistar-se na SS, a polícia nazista, e acaba se tornando um oficial de sucesso e poder. Karl junta-se às SA (de Rohm) e vive a experiência de conhecer o lado mais obscuro do nazismo quando a SA é eliminada e ele é jogado na prisão, tendo depois que alistar-se no exército alemão. Irmão volta-se contra irmão e à medida que o Terceiro Reich vai perdendo a guerra, junto a ele a relação desses dois irmãos também ficará em ruínas. Nos dois irmãos, a condição humana e seus conflitos interiores são explorados: enquanto Helmut, na SS, vai-se envolvendo cada vez mais com a linha-dura do partido, Karl evolui na direção oposta, refletindo sobre as injustiças praticadas pelo regime. Paralelamente, rolam os dramas do povo alemão: a família, o amigo judeu, o bonachão dono de taverna, a cantora, o comediante, as crianças que irão se aliar à juventude hitlerista, enfim, pessoas comuns que acabam atropeladas pelo rolo compressor nazista.