domingo, 12 de julho de 2009

América Vermelha

A América Vermelha




Cuba foi uma rica colônia espanhola no final do século xix uma grande revolta popular alastrou-se pela ilha, querendo independência nacional.
Empresários norte-americanos perceberam que poderiam tirar proveito de mudanças política na ilha. EUA declarou guerra a Espanha que lutava longe da casa e não era uma potência, resultado: Espanha foi derrotada.


As tropas americanas desembarcaram em Cuba para “garantir o governo independente”.
Governo formado por grandes produtores de açúcar e tabaco.
Logo depois da independência o governo cubano tratou de facilitar todos os investimentos dos EUA na ilha. Cuba era um bom negócio tanto para cubanos(elite) quanto para americanos(empresários)
Cuba, era agroexportadora de açúcar e tabaco, a elite cubana era formada por grandes comerciantes e latifundiários. Os investidores norte-americanos tinham muitas propriedades na ilha.


Quando um presidente cubano atrapalhava os lucros das empresas americanas a velha atitude do big stick se repetia: os fuzileiros navais desembarcavam na ilha para restaurar a normalidade e colocar um presidente de “confiança” dos EUA, um deles foi o ditador Fulgêncio Batista. Muitos cubanos consideravam-se humilhados pelas atitudes norte-americanas, pois eles viviam de trabalho suado e sofrido para que os americanos se divertissem e ganhassem dinheiro e os cubanos cada vez mais na miséria.


Em 1953, alguns jovens patriotas prepararam-se para derrubar o ditador. Começaram a revolta tentando derrubar o quartel de Moçada. Mas eram pouco e inexperientes e acabaram sendo presos.


O líder da revolta era um jovem advogado ex-dirigente estudantil: Fidel Castro. Depois de uma temporada preso Fidel partiu para o exílio no México. O ditado achou que as “férias” seriam para acalmar Fidel, mas estava redondamente engano, serviu para que organiza-se novamente uma revolta e foi no México que Fidel conheceu o lendário guerrilheiro dos anos 60 Ernesto Che Guevara.


Em 1956, Fidel voltou secretamente para Cuba junto de seua companheiros, no começo eram só 12 guerrilheiros por isso só atacavam em emboscadas e voltavam rapidamente. Aos poucos conquistaram a simpatia da população.


No final de 1958, as principais cidades cubanas foram tomadas por manifestantes que fizeram greves de trabalho enquanto o ditador não fosse embora. Logo depois do ano novo os guerrilheiros barbardos ganharam Havana e se tornaram vitoriosos. Era a revolução de 59 que começava.


O poder estava na mão de Fidel Castro e seus companheiros eles estavam dispostos a mudar mesmo e provaram fazendo: uma reforma agrária radical(tomando as terras dos latifundiários e dando a famílias pobres.) aluguéis reduzidos em 50% e os livros e remédios em 25%.
Governo nacionalizou principais empresas localizadas em Cuba.


EUA vingou fazendo o bloqueio econômico os americanos pararam de comprar de Cuba, já que Cuba tinha suas exportações voltadas para eles o país estava agora pagando o preço da briga com o vizinho. Então veio a ajuda os países socialistas começaram a comprar produto cubano e com preço a cima dos ditos pelos países imperialistas. Em 61 os EUA enfurecido com a nova amizade cubana, mandou invadir o país foi a Invasão da Baía dos Porcos e por incrível que pareça foram derrotados. Com resposta imediata Fidel declarou Cuba socialista.
EUA pressionou os outros países a romper relações com Cuba.


Assim Cuba foi expulsa da OEA.
A situação ficou dramática quando os EUA descobriram que os soviéticos estavam construindo uma base de mísseis atômicos em Cuba. O presidente Kennedy mandou que a marinha bloqueasse o mar do Caribe. O problema é que do outro lado vinha uma frota militar soviética. A crise dos mísseis em Cuba quase levou a terceira guerra mundial. Na hora h as duas potência fizeram um acordo a URSS paravam com a fabricação e os EUA comprometeram não invadir Cuba.


Querendo seguir exemplo dos cubanos, as rapaziadas armaram diversos movimentos na América Latina na década de 60 e 70. Cuba ajudou esses movimentos fornecendo armas e treinamento militar.


Em 1991 a URSS deixou de existir. Cuba perdeu seu grande aliado internacional. Sem ajuda externa e sofrendo o bloqueio dos EUA, a economia cubana passou a sofrer grandes dificuldades. O governo norte-americano aprovou que qualquer empresa estrangeira que tivesse relação com Cuba estaria proibida de ter negócios com os EUA.


O Chile tinha uma tradição de estabilidade política de eleições limpas e sem golpes. A população queria mudanças mais profundas.


Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente. Allende contava com apoio da UP(unidade popular). Allende foi simplesmente o primeiro presidente marxista a ser eleito. No começo a unidade popular não pretendia implantar imediatamente o socialismo.


O grande projeto de Allende era a via chinela para o socialismo. Os socialistas chinelos que gradativamente com reformas pequenas o Chile viveria a transição do capitalismo para o socialismo, e logo as empresas seriam controladas pelo estado ou cooperativas de trabalhadores. O governo de Allende procurou respeitar inteiramente a constituição do pais.


Os grandes empresários não podiam deixar que o Chile se tornasse um país socialista. Tiveram apoio dos EUA que não aceitavam um governo comunista.


Começou então uma grande operação de boicote dos empresários chilenos. Os supermercados tiravam as comidas das prateleiras para que a população ficasse assustada com a “escassez de comida”. As empresas de carga paralisaram por seis meses, provocando um colapso no abastecimento das grandes cidades.


Em 1973, o general Augusto Pinochet comandou o golpe militar que levou à morte o presidente Salvador Allende.


A ditadura militar liderada por Pinochet foi uma das mais brutais da América Latina. Qualquer suspeito de ser comunista era preso e barbaramente torturado. O governo dos EUA deu maior apoio ao golpe. O general Pinochet ordenou a devolução da maioria das empresas estatizadas aos antigos proprietários e criou leis de facilitação do capital americano.
Nos anos 70 na Nicarágua grupos de guerrilheiros de várias tendências políticas formaram a Frente Sandinista.


O governo revolucionário proveu uma reforma agrária tirando terra dos latifundiários e passando para o povo, criou uma campanha de analfabetismo de adultos, que recebeu elogio de educadores do mundo todo. O regime político e social Sandinista era bem diferente do regime socialista. As empresas da família Somoza, foram confiscada pelo estado, mas as pequenas e médias empresas continuaram existindo. De certo modo a economia era uma mistura de socialismo com capitalismo. Apoio da igreja católica alguns padres participaram do governo Sandinista. Em Cuba, todos que apoiavam a revolução ingressaram no partido comunista. Todos os outros partidos foram proibidos. Na Nicarágua Sandinista, existiam vários partidos e a imprensa manteve a liberdade.


Enquanto isso os EUA pressionavam incessamente com bloqueio econômico e a CIA forneceu armas e treinamento para os contras. Os contras eram guerrilheiros de extrema direita. A economia da Nicarágua ficou seriamente abalada. N as eleições de 91 os Sandinistas foram derrotados por uma pequena margem de votos. Venceu Violeta Chamorro, uma empresaria que havia apoiado os Sandinistas no passado.

A crise do Populismo

A crise do populismo
A vida democrática
A assembléia constituinte contou com a participação até dos Partidos Comunistas do Brasil (PCB).Os membros da Assembléia Constituinte elaboram a Constituição de 1964, considera na época, a mais liberal que o Brasil havia tido . Ela estabelecia voto direto e secreto para presidente da República, embora os analfabetos ainda não pudessem votar . Os três poderes ficaram em equilibro. Agora, os trabalhadores tinham o direito de fazer greve sem ir para a cadeia e a imprensa ganhou liberdade para criticar o governo. Entretanto, repare que a constituição não estabelecia direitos trabalhistas para os empregados das fazendas nem mencionava a possibilidade de uma reforma agrária.
Os partidos getulistas: o PSD e o PTB
Entre 1945 e 1964 havia diversos partidos políticos. Os três mais importantes eram o PSD a UDN e o PTB. Dois deles formados por políticos ligados às idéias de Vargas: PSD e o PTB
UDN de Lacerda: a inimiga de Getúlio
Ao contrário do PSD e o do PTB, a UDN (União Democrática Nacional) era totalmente contrária ao getulimos. Ela defendia o liberalismo econômico, ou seja , que houvesse poucas empresas estatais e a mínima intervenção possível do governo na economia. A UDN era antinacionalista. O maior presidente da UDN era o jornalista, empresário e o político carioca Carlos Lacerda.
Querem mudar tudo: os comunistas
O PCB era um partido importante na época. Conquistou o direito de existir legalmente e de participar das eleições. Os comunistas formaram o quarto partido mais votado no país e elegeram Luís Carlo Prestes senador.Todavia , em 1947 o presidente Dutra ordenou o fechamento do PCB. Mais uma vez o partido voltava a ser clandestino.
Governo Doutra
O marechal Eurico Gaspar Doutra foi o primeiro presidente do Brasil eleito com o voto direto e secreto,apoiado pelo PSD e pelo PTB, ambos partidos getulistas. Assumiu a presidência no dia 31 de janeiro de 1946. Dutra aproximou-se dos setores conservadores, incluindo aqueles representados pela UDN, através do chamado Acordo Interpartidário, o que acarretou a marginalização de Vargas e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que acabaram por romper com o presidente. O governo Dutra foi marcado, ainda, por uma política econômica conduzida a partir de postulados liberais, pelo rápido esgotamento das reservas cambiais acumuladas durante a guerra e por uma severa política de arrocho salarial. Afastou o país do bloco socialista leste-europeu, inclusive colocando na ilegalidade o Partido Comunista do Brasil (PCB) e rompendo relações diplomáticas com a União Soviética. Definitivamente deve-se a Dutra boa parte da predominância que os Estados Unidos exerceram sobre o Brasil nas décadas seguintes. No plano interno, elaborou o plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), de caráter desenvolvimentista, mas que fracassou e foi abandonado. Iniciou a ligação rodoviária do Rio de Janeiro a São Paulo, através da estrada que hoje é conhecida como Rodovia Presidente Dutra — uma das mais importantes do país.
O ultimo Vargas
Do primeiro ao último dia, teve seu governo marcado pela crise.Quando Getúlio assumiu o governo, o país já estava mergulhado na inflação. A inflação comia os salários e os assalariados não comiam. Com a situação difícil, os trabalhadores partiram para lutar por seus direitos: os sindicados organizaram graves. Em São Paulo, 300 mil operários recusavam-se a trabalhar enquanto não recebessem o aumento de salário para compensar a inflação.Com as fábricas sem operários, os patrões tiveram de aceitar as reivindicações.Para compensar decretou o aumento do salário mínimo. Os patrões estavam irritados com Gétulio porque ele aumentou o salário mínimo e mesmo assim não conseguiu abafar as greves.

O petróleo é nosso
A UDN aceitava que empresas estrangeiras, explorassem o Brasil. Já os nacionalistas do Brasil inteiro organizaram a campanha “O petróleo é Nosso”. Comícios, palestras, artigos de jornal, debates, livros, panfletos, tudo para forçar o governo (o presidente do Congresso Nacional) a criar leis proibindo as empresas estrangeiras de extrair petróleo do Brasil.Aprovado pelo Congresso Nacional, surgiu uma empresa em 1953 , chamada Petrobrás.
Os ataques incessantes
O último governo de Vargas foi marcado pela crise. Do começo ao fim, crise econômica e crise política. Dia após dia crescia o número de inimigos do governo. O nacionalismo varguista começou a ser encarado por um setor da burguesia como algo que estrangulava a economia.
O atentado da Toneleiros
O chamado Crime da Rua Tonelero ocorreu na madrugada do dia 5 de agosto de 1954, na Rua Tonelero, no bairro de Copacabana, na cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
A sua importância decorre do fato de se constituir, na História do Brasil, no marco da derrocada final do presidente Getúlio Vargas, que culminaria com o seu suicídio, a 24 do mesmo mês.
O dito crime, na realidade, foi um atentado contra o jornalista e político conservador Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Vargas nas páginas de seu jornal, a Tribuna da Imprensa.
O atentado
Lacerda chegava de automóvel à sua residência situada naquela rua, acompanhado do filho Sérgio e de um segurança, o major da Força Aérea Brasileira Rubens Florentino Vaz, quando dois homens emboscados dispararam contra ele e, em seguida, fugiram de táxi. O jornalista foi atingido por um tiro de raspão no pé, e o major Rubens Vaz faleceu a caminho do hospital.
Na manhã seguinte, Lacerda publicou em seu editorial:
"A visão de Rubens Vaz, na rua, impede-me de analisar a frio, neste momento, a hedionda emboscada desta noite. Mas, perante Deus, acuso um só homem como responsável por esse crime. É o protetor dos ladrões, cuja impunidade lhes dá audácia para atos como os desta noite. Este homem chama-se Getúlio Vargas."
Durante a investigação que se seguiu, demonstrou-se que a bala que atingiu o major era de calibre 45, arma de uso privativo das Forças Armadas. Em poucos dias chegava-se a dois suspeitos: Alcino João Nascimento e Climério Euribes de Almeida, homens da guarda pessoal do presidente, e ao mandante do crime, Gregório Fortunato, chefe da guarda e guarda-costas de Getúlio desde a época do Estado Novo
As consequências
A crise política que se seguiu ao episódio, em particular com os militares incorformados com morte de um dos seus, agravada pelos ataques violentos de Lacerda e seus seguidores ao presidente, sem que houvesse um moderador, agigantou a onda antigetulista. Diante dos pedidos de renúncia à presidência que começaram a se multiplicar, em 23 de agosto o presidente reuniu-se com os seus ministros no Palácio do Catete, a fim de analisar o quadro político. Ficou decidido que o presidente entraria em licença, voltando ao poder quando as investigações sobre o atentado estivesse concluídas. Duas horas mais tarde, quase às cinco horas da manhã do dia 24, Benjamin Vargas, irmão de Getúlio, chegou ao Palácio com a informação de que os militares queriam mesmo a renúncia. Como resposta, ao se retirar para o seu quarto, Getúlio afirmou: "Só morto sairei do Catete!" Momentos mais tarde ouviu-se um tiro: Getúlio estava morto com um tiro no coração.
Alcino foi condenado a 33 anos de prisão, pena depois reduzida. Cumpriu 23 anos e sobreviveu a duas tentativas de assassinato. Gregório foi condenado a 25 anos, vindo a ser assassinado na prisão, assim como Climério, condenado a 33 anos. José Antônio Soares foi condenado a 26 anos. Nelson Raimundo, a 11 anos.
A carta-testamento
Getúlio Vargas
Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)

Guerra Fria

Guerra Fria
A Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991).
Nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais e envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.
É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se nos anos 1960 para 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan "Guerra nas Estrelas".
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. A Guerra da Coréia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979-1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e URSS.
Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes pólos de poder mundial, é que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar. Principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas EUA e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de disuasão nuclear.
Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado aos EUA, logo poderia ser visto com simpatia pelo soviético e receber apoio.

A Crise no Pós-Guerra
Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os EUA e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes pólos.
Os EUA defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade.Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo como resposta ao domínio burguês e solução dos problemas sociais.


Churchill, Roosevelt e Stalin na Conferência de Ialta, 1945.
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e a maior parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviético. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.
Entretanto era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade americana. Em 1945 os EUA tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de ouro, 60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de petróleo, além da maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos intactos ocupavam metade ocidental da Europa e o Japão, algumas das zonas mais ricas e indstrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste asiático, especificamente metade da Coréia e grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano nunca havia sido realmente ameaçado durante a II Guerra Mundial, sendo que a batalha travada geograficamente mais próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.
Por sua vez a União Soviética ocupava apenas a metade oriental da Europa e na Ásia, uma parte da Manchúria e da Coréia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território soviético havia sido palco das maiores batalhas da II Guerra Mundial, contra as mais importantes divisões alemãs. O resultado é que em 1945 os EUA contabilizavam cerca de 500 mil mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos. Centenas de cidades soviéticas estavam destruídas em 1945. A maior parte das industrias, da capacidade produtiva agrícola e da infra-estrutura de transportes, energia e comunicações estava destruída ou seriamente comprometida.
Assim, quando se inicia a Guerra Fria, em 1945, os EUA não enfrentavam nenhuma ameaça concreta à sua soberania, e a segunda maior potência do mundo, a URSS estava devastada e levaria anos para se reerguer. Tanto que foi muito difícil para o governo americano conseguir recriar a imagem de uma União Soviética ameaçadora logo em 1945, algo que levou alguns anos para acontecer.
Bloqueio de Berlim
Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.


C-47 no Aeroporto de Tempelhof em Berlim durante o Bloqueio de Berlim.
Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche Mark (marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a idéia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.
Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que bombardeiros estadunidenses saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se unificaram, originando a Bundesrepublik Deutschland (República Federativa da Alemanha, ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção oriental.
Plano Marshall e COMECON


Mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas vermelhas mostram a quantidade total relativa de ajuda por país.
A fragilização das nações européias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.
O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se transformou com a explosão da Guerra da Coréia, que fez do Japão o principal aliado das tropas das Nações Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos realizaram importantes investimentos na economia japonesa, que também foi impulsionada com a demanda de guerra.
Em 1951, foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos realizaram alguns investimentos para estimular a economia do sub-continente, mas o volume de capital investido foi muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.
Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.
Corrida armamentista


Teste nuclear realizado em 18 de Abril de 1953 na Área de Testes de Nevada.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
Novos Tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os EUA tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação à URSS.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os EUA testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.
Essa corrida armamentista era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os EUA e a URSS tinham armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear massivo do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".
OTAN e Pacto de Varsóvia
Em 1949 os EUA e o Canadá, juntamente com a maioria da Europa capitalista, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.
Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.


Mapa dos países pertencentes ao Pacto de Varsóvia.
A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática.
Com a vitória aparente dos estadunidenses, a política Macartista foi implantada e divulgada no mundo por meio de longametragens e propagandas políticas. O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 50, culminou na criação de um comitê de investigação de atividades comunistas. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo americano foram acusados de comunistas. A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda.
Guerra da Coréia
O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coréia. A península da Coréia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da China, comunista; era a República Popular Democrática da Coréia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coréia.


Forças da ONU retirando-se da Coréia do Norte, após o armistício.
Em 1950, os líderes da Coréia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coréia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coréia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do CS da ONU em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.
As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e partindo em uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da Coréia um grande campo de batalha.
Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano McArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coréia do Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.
Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da Coréia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coréia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coréias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coréia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coréia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.
Corrida Espacial

Astronauta Buzz Aldrin fotografado por Neil Armstrong durante a missão Apollo 11, em 20 de Julho de 1969.
Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia. Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como conseqüência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.
A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial.
Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik II e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika, primeiramente de nome Kudriavka (risadinha), depois Zhuchisa (bichinho), depois Limonchick (limãozinho) e finalmente Laika o que correspondia à sua raça.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar Vostok I, que era tripulada por Iuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.
A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadounidenses na chegada ao satélite. As missões Zond deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.
O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.


O encontro das naves Apollo e Soyuz em 17 de julho de 1975 marcou o fim da corrida espacial. Ao fundo a bandeira dos Estados Unidos (esquerda) e da União Soviética (direita).
A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa. O presidente dos EUA anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema espacial de defesa antimísseis balísticos, que poderia defender o território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.
Neste contexto os EUA enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o ônibus espacial. A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial, mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de orgivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.

A coexistência pacífica

Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial). Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes com os presidentes americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.
Guerra do Vietnã (1960 - 1975)
A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.
Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência, como a Coréia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um plebiscito, decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adotado.

Corpos de Vietnamitas em Saigon, Vietname do Sul, 1968
Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.
O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em 1965, com a valiosa ajuda dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o governo capitalista no Vietname, e temendo a ideia do "efeito dominó" no qual, ao verem um país que se libertou do capitalismo preferindo o socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de Cuba).
Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietnames do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os EUA reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista de Ho Chi Minh.
A Distensão na Europa
A Europa, continente que mais sofreu com a divisão mundial, também sofreu os efeitos da distensão política. Os países começaram a questionar as ideologias a que foram impostos, e optaram cada vez mais pelo abrandamento, no lado ocidental, e pela revolta popular seguida de forte repressão, no lado oriental.
• Em 1968, a Tchecoslováquia viu uma grande manifestação popular apoiar idéias de abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma face humana". Este movimento ficou conhecido como Primavera de Praga, em alusão à capital da Tchecoslováquia, Praga, local onde os movimentos populares tomavam corpo. Temendo a liberdade política da Tchecoslováquia, Leonid Brejnev, líder da URSS, ordenou a invasão de Praga e a repressão do movimento popular.
• Em 1966, Charles de Gaulle, presidente da França, manteve os seus ideais de nacionalismo francês e antiamericanismo e desalinhou-se com as práticas estadunidenses, saindo da OTAN.
• Em 1969, o chanceler da Alemanha Ocidental anuncia a "Ostpolitik", uma política de aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados passam a se reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a ONU.
A Era Gorbachev - o fim da Guerra Fria (1985-1991)

Mudanças políticas na Europa após 1989, incluindo a reunificação alemã
Depois da de Brezhnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças (Yuri Andropov e Konstantin Tchernenko), mas estes morreram pouco tempo depois de chegar ao cargo político máximo. Seguinte a Tchernenko, foi eleito Mikhail Gorbachev, cuja plataforma política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

FONTE DO TRABALHO SOBRE A ERA DO POPULISMO:

•www.wikipedia.org
•www.brasilescola.com.br
•Livro Didático de História
FONTE DO TRABALHO SOBRE AS DITADURAS FASCISTAS

•Revista Veja
•wwwhttp://veja.abril.com.br.wikipédia.com.br
•www.brasilescola.com.br
•Livro Didático de História









DITADURAS FASCISTAS
DITADURAS FASCISTAS
Logo depois da Primeira Guerra Mundial, a Europa viveu uma violenta crise econômica.

Nos anos 20 se recuperou um pouco mas por pouco tempo.

Em 1929 começou a crise que mergulhou o mundo na ''grande depressão dos anos 30''

Cada dia mais e mais fábricas surgiam, mas com isso ocorreu um fato conhecido como a superprodução.



Com a superprodução á tona, vários operários foram despedidos, causando a miséria, fome.



A classe média e a pequena burguesia estavam assustados com a crise, perceberam que o seu padrão de vida estava em queda.
Com isso a pequena burguesia e a classe média decidiram que só estariam seguras se houvesse um regime político autoritário que acabassem com as ''desordens'', e esse regime foi construído e chamado de fascismo.


Os principais líderes fascistas foram:

•Mussolini - na Itália



•Hitler - na Alemanha, que chamavam-se de nazistas


Totalitarismo:
Foi o sistema fascista era antidemocrático e concentrava poderes totais nas mãos do líder de governo. Este líder podia tomar qualquer tipo de decisão ou decretar leis sem consultar políticos ou representantes da sociedade.


Censura de Imprensa:


Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir qualquer tipo de crítica aos seus governos. Nenhuma notícia ou idéia, contrária ao sistema, poderia ser veiculadas em jornais, revistas, rádio ou cinema. Aqueles que arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados a morte.



Militarismo:
Muitos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras. '' O diálogo é coisa de frouxos''.

Racismo:
''A raça branca deve dominar o mundo'', achavam que os diferentes'', negros, judeus,
ciganos, homossexuais'', deveriam ser repelidos com nojo.

Anticomunismo:comunistas e fascistas se odeiam. Os fascistas não suportam a igualdade social
FASCISTAS X COMUNISTAS






Irracionalismo: Utilização da força bruta, ''só se resolve coisas através da força bruta!'', acreditavam que seus ideais se espalhariam por todo o mundo.









Fascismo na Itália
As conseqüências da Primeira Guerra Mundial foram desastrosas para a Itália. Além do saldo negativo de 650.000 mortos e a região de Veneza devastada, cresceram as dificuldades econômicas e o desemprego. Surgiram muitos conflitos sociais, como o aumento de greves, revoltas e reivindicações. Os burgueses, sentindo-se ameaçados, se apoiaram num pequeno grupo político, disposto a acabar com a força revolucionária: os fascistas. Eles disputavam o poder com os socialistas.O fascismo é uma ideologia totalitária, que defende o Estado como incorporador e representante de todos os interesses do povo, e nacionalista - a nação é considerada a mais alta forma de sociedade desenvolvida pelo homem. Ela surgiu na Itália depois da Primeira Guerra. O fascismo tinha suporte no movimento de renovação da burguesia nacionalista e no temor de que revoluções operárias,se repetiram na Itália. A fundação, em 1914, por Benito Mussolini, em oposição tanto ao regime democrático-parlamentar quanto ao perigo bolchevique, direcionou o apoio do empresariado. Os fascistas estavam dispostos a derramar seu sangue pela revolução. Mas Mussolini teve de remodelar seu partido, pois o fracasso nas eleições mostrou todas as deficiências deste. E, após ser reorganizado em moldes para-militares, todos os seus membros passaram a usar camisas negras, um símbolo de luto da Itália. Mussolini conseguia arrastar multidões com seus discursos simples, mas conturbantes, pois, além de oportunista, era um hábil orador, que se preparava para chegar ao poder. Com o tempo os fascistas foram constituindo um partido político com idéias e projetos próprios. Entretanto sempre abandonavam fisicamente os adversários.
Em Julho de 1922, a violência fascista evitou uma greve geral, decretada pelos partidos de esquerda. Foi então preparado um golpe de força que seria apoiado militarmente por uma marcha sobre Roma. Mussolini e militantes fascistas ocuparam as ruas da capital, exigindo o poder de primeiro ministro de Mussolini ao Rei Vítor Manuel III, pressionado pela burguesia o monarca cedeu, e foi encarregado de organizar um ministério, onde foram introduzidos vários simpatizantes do fascismo.
A partir deste momento, os fascistas detinham muitos poderes, apesar do governo manter as aparências, continuando a existir a Câmara dos Deputados e o Senado, e, de todos os 14 ministros, somente 4 serem fascistas. Já em 3 de Janeiro de 1925, Mussolini estabeleceu um regime totalitário de governo. A oposição foi eliminada, a constituição reformada, desapareceram o Senado e a Câmara dos Deputados. Foi estabelecida a linha única de candidatos e apenas um partido continuou a existir.
A igreja Católica era hostil aos comunistas, diziam que as desigualdades sociais eram determinadas por deus. Alguns padres achavam que a melhor maneira de se enfrentar o comunismo era se aderirem ao fascismo.Então Mussolini fez um acordo com a Igreja, chamado de Tratado de Latrão


Nazismo
O fascismo na Alemanha foi chamado de nazismo, que significa nacional-socialista, mas não tinham nada de socialistas. Seu líder era Adolf Hitler.
Na Alemanha, depois da primeira Guerra Mundial, não havia mais imperador, o país se tornou um período democrático, e esse período foi chamado de República de Weimar, que durou até o ano de 1933, quando os nazistas tomaram o poder e impuseram um regime político ditatorial, que era antidemocrático.
Após a Primeira Guerra Mundial a Alemanha culpada pela guerra teve de pagar uma imensa dívida. Com a Crise de 29 o desemprego Alemão chegou a atingir 44% de todos os trabalhadores.
Á medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político-alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo. Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929.

Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.

Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor).
Os nazistas anunciavam que os alemães pertenciam à raça ariana, e que não se curvariam diante do mundo.
Seguindo as receitas do New Deal dos EUA, o plano de recuperação econômica do presidente Roosevelt , o Estado fascista alemão encomendou obras públicas às empresas privadas. Para recuperar o emprego e ativar a econômia, estimulou a produção de armas, e assim consegui reduzir o semprego.de

Adolf Hitler




Adolf Hilter, foi um ditador alemão, nasceu em 1889 na Áustria. Filho de Alois Hitler e Klara Poezl, alistou-se voluntariamente no exército bávaro no começo da Primeira Guerra Mundial. Tornou-se cabo e ganhou duas vezes a Cruz de Ferro por bravura.
Depois da desmobilizaçãodo exército, Hitler associou-se a um pequeno grupo nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães, que mais tarde se tornou o Partido Nacional-Socialista Alemão (nazista).
Em Viena, ele havia assimilado as idéias anti-semitas (contra os judeus)que, insufladas por seus longos discursos contra o Acordo de Paz de Versalhes e o marxismo, encontraram terreno fértil em uma Alemanha humilhada pela derrota.
Em 1921, tornou-se líder dos nazistas e, dois anos mais tarde, organizou uma malograda insurreição, o "putsch" de Munique. Durante os meses que passou na prisão com Rudolph Hess, Hitler ditou o Mein Kampf (Minha Luta), um manisfesto político no qual detalhou a necessidade alemã de se rearmar, empenhar-se na auto-suficiência econômica, suprimir o sindicalismo e o comunismo, e exterminar a minoria judaica.
Em 1929, ganhou um grande fluxo de adeptos, de forma que, ajudado pela violência contra inimigos políticos, seu partido floresceu. Após o fracasso de sucessivos chanceleres, o presidente Hindenburg indicou Hitler como chefe do governo (1933).
Hitler criou uma ditadura unipartidária e no ano seguinte eliminou seus rivais na "noite das facas longas". Com a morte de Hindenburg, ele assumiu o título de presidente do Reich Alemão. Começou então o rearmamento, ferindo o Tratado de Versalhes, reocupou a Renânia em 1936 e deu os primeiros passos para sua pretendida expansão do Terceiro Reich: a anexação com a Áustria em 1938 e a tomada da antiga Tchecoslováquia.
O ditador firmou o pacto de não-agressão nazi-soviético com Stalin, a fim de invadir a Polônia, mas quebrou-o ao atacar a Rússia em 1941. A invasão à Polônia precipitou a Segunda Guerra Mundial.
Seguia táticas "intuitivas", indo contra conselhos de especialistas militares, e no princípio obteve vitórias maciças. Em 1941, assumiu o controle direto das forças armadas. Como o curso da guerra mostrou-se desfavorável à Alemanha, decidiu intensificar o assassinato em massa, que culminou com o holocausto judeu.









A Guerra Civil Espanhola
(1936-1939)


A Guerra Civil espanhola (1936-39) foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial. Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX. De um lado se posicionaram as forças do nacionalismo e do fascismo, aliadas as classes e instituições tradicionais da Espanha (O Exército, a Igreja e o Latifúndio) e do outro a Frente Popular que formava o Governo Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia.
Para a Direita espanhola tratava-se de uma Cruzada para livrar o país da influência comunista e da franco-maçonaria e restabelecer os valores da Espanha tradicional, autoritária e católica. Para tanto era preciso esmagar a República, que havia sido proclamada em 1931, com a queda da monarquia.
Para as Esquerdas era preciso dar um basta ao avanço do fascismo que já havia conquistado Itália (em 1922), a Alemanha (em 1933) e a Áustria (em 1934). Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos de classe média e formarem uma Frente Popular para enfrentar a maré de vitorias nazi-fascistas. Desta forma Socialistas, Comunistas (estalinistas e troskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se para chegar e inverter a tendência mundial favorável aos regimes direitistas.
Foi justamente esse conteúdo, de amplo enfrentamento ideológico, que fez com que a Guerra Civil deixasse de ser um acontecimento puramente espanhol para tornar-se numa prova de força entre forças que disputavam a hegemonia do mundo. Nela envolveram-se a Alemanha nazista e a Itália fascista, que apoiavam o golpe do Gen. Franco e a União Soviética que solidarizou-se com o governo Republicano.

































FONTE
A Era do Populismo

























Mesmo a Crise de 29 ter começado nos EUA, atingiu muito o Brasil, com a crise o preço do café despencou, junto com a economia brasileira. E justamente neste momento foi que as oligarquias mineira e paulista se romperam.
Então o presidente Washington Luís, se nega a apoiar um candidato mineiro.












E em resposta, os mineiros do PRM se juntaram à oligarquia gaucha e formaram a Aliança Liberal, para lançar a candidatura de Getúlio Vargas.

A eleição de Getúlio Vargas era apoiada por oligarquias mineiras, paraibanas e gaucha. Já tinham o apoio de todos que se opunham ao PRP. O único problema que se preocuparam foi com a fraude. Mas ao final da eleição quem prevaleceu e ganhou as eleições foi Júlio Prestes.



Governo Provisório (1930 - 1934)
Nomeado presidente, Getúlio Vargas usufruia de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a tomar políticas de modernização do país. Ele criou, por exemplo, novos ministérios - como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde -, e nomeou interventores de estados. Na prática, os estados perdiam grande parte da sua autonomia política para o presidente. Continuou com a Política de Valorização do Café (PVC) e criou o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau, atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras.
A Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que vinculava os sindicatos brasileiros indiretamente - por meio da câmara dos deputados - ao Presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo). Assim sendo, houve, na Era Vargas, grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, muitos deles não devidos exatamente a Vargas - a quem cujo crédito maior é o estabelecimento da CTL - mas sim por parte de parlamentares constituintes do período. Mudanças essas que perduram até hoje
Revolução Constitucionalista de 1932
Em 1931, Getúlio Vargas derruba a Constituição brasileira, reunindo enormes poderes no Brasil. Isso despertou a indignação dos opositores, principalmente oligarcas e a classe média paulista, que estavam desgostosos com o governo getulista. A perda de autonomia estadual, com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais. Por mais que Getúlio tenha percebido o erro e tentado nomear um interventor oligarca paulista, os paulistas já arquitetavam uma revolta armada, a fim de defender a criação de uma nova Constituição.
Quando quatro estudantes paulistanos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) são assassinados no dia 23 de Maio de 1932, diversos setores da sociedade paulista se mobilizam com o evento, e toda a sociedade passa a apoiar a causa constitucional. No dia 9 de Julho do mesmo ano, a revolução explode pelo estado. Os paulistas contavam com apoio de tropas de diversos estados, como Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul, mas Getúlio Vargas foi mais rápido e conseguiu reter esta aliança, isolando São Paulo. Sem qualquer apoio, os flancos paulistas ficaram vulneráveis, e o plano de rápida conquista do Rio de Janeiro transformou-se em uma tentativa desesperada de defender o território estadual. Sem saída, o estado se rende em 2 de Outubro.
Mesmo com a vitória militar, Getúlio Vargas atende alguns pedidos dos republicanos, e aprova a Constituição de 1934
O estado de São Paulo não conseguiu a adesão de praticamente nenhum outro estado brasileiro. Os paulistas, chefiados por Isidoro Dias Lopes, permaneceram isolados, sem adesão das demais unidades da federação, excetuando um pequeno contingente militar vindo do Mato Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger. Claramente porque era uma revolução que era mais basicamente encabeçada pela elite do PRP - Partido Republicano Paulista - que, por meios de propaganda eficientes, conseguiu galgar apoio de diversos setores da sociedade paulista - taxando um ditador populista em uma cruel ditadura fascista.
Para reprimir a rebelião paulista, Vargas enfrentou sérias dificuldades no setor militar, pois inúmeros generais simplesmente recusaram a missão, tendo em vista que estes temiam a ameaça de perder os cargos. Percebendo o débil apoio que tinha no seio da cúpula do Exército, e a fim de conquistá-lo, Vargas rompeu em definitivo com os tenentes, que não eram bem vistos pelos oficiais legalistas.
Em 3 de outubro de 1932, em meio a crise militar e apesar dela, Getúlio conseguiu esmagar a revolta paulista.
O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)
Getúlio Vargas convoca a Assembléia em 1933, e em 16 de Julho de 1934 a nova Constituição, trazendo novidades como o voto secreto e o voto feminino, era o fim do tão famigerado voto aberto preponderante na República Velha. Nessa mesma época, duas vertentes políticas começaram a influenciar a sociedade brasileira. De um lado, a extrema direita fundara a Ação Integralista Brasileira (AIB), de caráter fascista e pregando um Estado totalitário. Do outro, crescia a força de esquerda da Aliança Nacional Libertadora (ANL), inspirado no regime socialista da União Soviética, que também era totalitário.
Integralismo: Corrente que defendia o fascismo no Brasil, liderada por Plínio Salgado.
Aliancismo: Corrente que defendia a revolução socialista no Brasil através da Intentona Comunista, liderada por Luiz Carlos Prestes e Olga Prestes.

O Plano Cohen
Getúlio Vargas sempre se mostrou contra o socialismo, e usou este pretexto para o seu maior sucesso político - o golpe de 1937. O PCB, que surgiu em 1922, havia criado a Aliança Nacional Libertadora, mas Getúlio Vargas a declarou ilegal, e a fechou. Assim, em 1935, a ANL (segundo alguns, com o apoio da Internacional Comunista Comintern) montou a Intentona Comunista, uma revolta contra Getúlio Vargas, mas que este facilmente conteve. Em 1937, os integralistas forjaram o "Plano Cohen", em que dizia-se que os socialistas planejavam uma revolução maior e mais bem-arquitetada do que a de 1935, e teria o amplo apoio do Partido Comunista da União Soviética. Os militares e boa parte da classe média brasileira, assim, apóiam a idéia de um governo mais fortalecido, para espantar a idéia da imposição de um governo socialista no Brasil. Com o apoio militar e popular, Getúlio Vargas derruba a Constituição e declara o Estado Novo
Estado Novo (1937 - 1945)
A constituição de 1937, que criou o "Estado Novo" getulista, tinha caráter centralizador e autoritário. Ela suprimiu a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o próprio federalismo existente no país, Vargas fechou o Congresso Nacional e criou o Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos passaram a ser nomeados pelos governadores e esses, por sua vez, pelo presidente. Foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), com o intuito de projetar Getúlio Vargas como o "Pai dos Pobres" e o "Salvador da Pátria".